O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou reunião, às 9h de hoje, no Palácio da Alvorada, com oito governadores eleitos em primeiro turno que pretende apresentar como aliados de campanha à reeleição, na disputa com o tucano Geraldo Alckmin. Participarão da reunião quatro petistas e integrantes de partidos aliados do governo, como o PMDB – também cortejado pelo PSDB.
» Casal Garotinho anuncia apoio a Alckmin
Fontes do PT afirmam que o governador eleito do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), é uma das apostas de Lula para angariar votos no Sudeste, onde foi derrotado por Alckmin por ampla margem. Hartung, porém, não estará no encontro de hoje, que contará com as participações dos governadores eleitos Jaques Wagner (PT-BA), Binho Marques (PT-AC), Marcelo Déda (PT-SE), Wellington Dias (PT-PI), Marcelo Miranda (PMDB-TO), Eduardo Braga (PMDB-AM), Cid Gomes (PSB-CE) e Waldez Góes (PDT-AP).
Foco no Sudeste e Minas Gerais
Lula estaria apostando no apoio de Hartung, antigo aliado do governador eleito de São Paulo, José Serra, devido às divergências internas entre Serra e Alckmin. O presidente ainda teria priorizado a conquista do também governador peemedebista Marcelo Miranda (TO), reeleito no domingo, e tentará uma aproximação com André Puccinelli, que derrotou o petista Delcídio Amaral em Mato Grosso do Sul.
A estratégia de Lula pode incluir férias de ministros importantes para que estes se dediquem integralmente à campanha no segundo turno. A decisão deve ser tomada hoje pelo presidente, que teria recuado em liberar seus colaboradores mais importantes. O foco se concentraria em Minas Gerais, Estado de três dos seus ministros: Walfrido Mares Guia (Turismo), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Hélio Costa (Comunicações). Eles, bom como o paulista Luiz Marinho (Trabalho), podem tirar férias de um mês para se dedicarem à reta final das eleições.
PMDB se divide entre Lula e Alckmin
Ontem, Lula se reuniu e recebeu o apoio formal do candidato do PMDB ao governo de Goiás, senador Maguito Vilela – que garantiu a adesão de “100%” do PMDB goiano. Já Alckmin fechou acordo com os peemedebistas Rosinha Matheus, governadora do Rio, do ex-governador Anthony Garotinho e do presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP).
Para contrabalançar o apoio do casal Garotinho, Lula escalou o ex-ministro Ciro Gomes (PSB), campeão de votos para deputado no Ceará, para costurar alianças no Rio de Janeiro. Lula ganhou no Estado o apoio do candidato do PMDB ao governo, Sergio Cabral, que se manteve neutro no primeiro turno. Cabral foi o primeiro colocado no primeiro turno, com mais de 3 milhões de votos, e declarou que irá caminhar com Lula no segundo turno.
O PMDB, com a força com que saiu das urnas, é o partido mais cortejado pelos dois candidatos.
Heloísa e Cristovam
Heloísa Helena, do PSOL, descartou coligações e liberou os militantes e eleitores a votarem com suas consciências. Alckmin disse que manterá contato com a senadora e considerou que há “possibilidade de ter maioria dos votos dos eleitores de Heloísa Helena”.
Alckmin e Lula irão disputar acirradamente o apoio do PDT, que tem eleitorado expressivo no Rio, São Paulo e Minas. O partido decidirá na quinta-feira para que lado irá pender. Analistas avaliam que os votos de parte dos eleitores de Heloísa Helena e Cristovam Buarque são insuficientes para decidir a eleição. Seria necessário reduzir o que classificam de taxa de alienação eleitoral, o alto índice de abstenções, votos brancos e nulos, que no primeiro turno somaram 25,16 por cento, cerca de 30 milhões de eleitores.
A coordenação nacional da campanha de Lula disse em nota publicada no site do candidato que ele “buscará, com firmeza e humildade”, ganhar a confiança e o voto dos eleitores que se abstiveram, votaram branco ou nulo.
Com agências