A Polícia Federal vai ouvir nesta sexta-feira, em São Paulo, os depoimentos de Hamilton Lacerda e Freud Godoy, envolvidos na suposta compra de um dossiê pelo PT contra políticos tucanos.
Uma equipe da PF de Cuiabá (MT) chegou a São Paulo nesta quinta-feira para tomar os depoimentos.
Lacerda, então coordenador da campanha de Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, foi quem entregou a mala com dinheiro ao advogado Gedimar Pereira Passos e ao empresário Valdebran Padilha da Silva, no hotel Ibis em São Paulo, no dia 14, segundo informação da PF. Lacerda deixou a campanha de Mercadante após o caso.
Gedimar e Valdebran foram presos pela PF com R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil. O dinheiro, cuja origem a PF ainda investiga, seria usado para comprar um dossiê contra tucanos montado pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas.
Após analisar os CDs com a gravação de imagens que registram movimento de pessoas no hotel, a PF concluiu que Lacerda foi quem entregou o dinheiro a Gedimar e Valdebran. Contudo a PF informou que a confirmação oficial, necessária para conclusão do inquérito, será feita por meio de perícia.
Desde o início da semana, a PF fazia a análise das imagens e ontem concluiu que Lacerda aparece na gravação entregando o dinheiro. Foram estudados vários CDs gravados no hotel no dia 14.
Nesse dia, por telefone, Valdebran negociava com Vedoin, que estava em Cuiabá, a venda do dossiê contra os tucanos José Serra, adversário de Mercadante nas eleições em São Paulo, e Geraldo Alckmin, candidato a presidente. O material era composto por fotos, CD e fita de vídeo mostrando Serra e Alckmin em eventos de entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.
Já Freud, que é ex-assessor pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi citado durante depoimento por Gedimar Pereira Passos.