A Procuradoria da República em Mato Grosso vai recorrer da decisão da Justiça Federal que mandou soltar três dos quatro envolvidos no escândalo do dossiê anti-Serra. Serão soltos a qualquer momento o empresário Valdebran Padilha, o advogado Genival Pereira e Roberto Dalcol Trevisan, tio de Luiz Antônio Vedoin, um dos principais chefões da Máfia dos Sanguessugas e que segundo as investigações da Polícia Federal estaria chantageando o PT para receber mais de R$ 1,7 milhão em troca do dossiê que envolve o candidato ao governo do São Paulo José Serra na Máfia das Ambulâncias.
O procurador da República em Mato Grosso, Mauro Lúcio Avelar disse no final da tarde desta terça-feira que não estava satisfeito com a decisão da Justiça Federal que mandou soltar os três e negou o pedido de prisão do pai de Luis Antônio Vedoim, Darci Vedoim e do ex-assessor do presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, Freud Godoy. “Vou analisar a decisão da Justiça, ver o que pode ser feito e refletir sobre a possibilidade de se recorrer da decisão. Acho que eles deveriam continuar presos e vou fazer de tudo para que isso aconteça”, disse o procurador.
O procurador, entretanto, disse que a decisão da justiça de soltar os três acusados não emperra em nada as investigações. “Com eles presos teríamos mais facilidade para elucidar todo o caso. Mas o fato de terem o pedido de liberdade concedido não nos impede de continuar as investigações. Elas serão apenas mais demorada”, avaliou.
Mauro Avelar revela que sua principal preocupação no momento é descobrir a origem do dinheiro. Sobre uma possível interferência do Governo Federal já que a revista Época teria publicado uma noticia sobre a possível negociação dos envolvidos, Mauro Lucio disse não acreditar.