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Petistas que comprariam “provas” ficarão 7 dias na cadeia

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A Justiça decretou a prisão temporária Valdebran Padilha e Gedimar Pereira Passos, os dois petistas presos ontem em São Paulo suspeitos de intermediar a compra de documentos que mostrariam o suposto envolvimento de José Serra, candidato tucano ao governo de São Paulo, e Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência, com a máfia dos sanguessugas. Padilha e Passos devem permanecer presos por sete dias.

Além de Passos e Padilha, Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam –empresa acusada de liderar a máfia– também foi preso na mesma operação, em um motel de Cuiabá (MT). Padilha foi tesoureiro do PT no Mato Grosso e Passos, ex-agente da PF, se apresentou como advogado do PT naquele Estado.

As prisões aconteceram depois do depoimento de Paulo Roberto Dalcol Trevisan, primo de Vedoin, que disse à PF ter recebido do dono da Planam uma fita de vídeo, fotografias e documentos que comprometeriam Serra e Alckmin.

De acordo com fontes da PF, Padilha e Passos estavam com R$ 1,7 milhão –R$ 1,168 milhão e mais US$ 248 mil. A suspeita é que o dinheiro seria usado para a compra dos documentos de Vedoin.

Eles não foram presos em flagrante, pois não é crime portar dinheiro em espécie. A ilegalidade se confirmará se eles não conseguirem comprovar a origem do dinheiro apreendido.

Uma fita de vídeo, fotografias e documentos que estavam com Trevisan –que tentava embarcar de Cuiabá para São Paulo foram apreendidas.

Vedoin, que estava em liberdade após ser beneficiado pela delação premiada, voltou a ser preso. O juiz substituto da 2ª Vara Federal em Mato Grosso, Cesar Bearsi, suspendeu a liberdade provisória do empresário por atrapalhar as investigações ao ocultar e negociar provar.

O juiz determinou que todo o dinheiro apreendido fique à disposição da 2ª Vara da Justiça Federal em Mato Grosso.

Revista

Reportagem da revista “IstoÉ”, que chega neste final de semana às bancas, traz entrevista de Vedoin, onde afirma que o esquema de compra superfaturada de ambulâncias teria começado quando Serra era ministro da Saúde do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

“Naquela época, a bancada do PSDB conseguia aprovar tudo e, no ministério, o dinheiro era rapidamente aprovado”, disse Vedoin para a revista.

Conforme os Vedoin, do total de 891 ambulâncias comercializadas pela Planam entre 2000 e 2004, 681 tiveram verba liberada até 2002, durante a gestão de Serra e Barjas Negri.

Reação

Serra chamou ontem de “baixaria” a suposta tentativa do sócio da Planam, Luiz Antônio Vedoin, de vender denúncias de que o esquema da máfia dos sanguessugas foi beneficiado durante a gestão do tucano como ministro da Saúde.

“O que eu sei é que a Polícia Federal deteve gente transportando R$ 1,7 milhões destinados a pagar uma baixaria de campanha que estão fazendo contra a minha candidatura”, afirmou ele, em uma rápida declaração concedida ao “Jornal Nacional”, da Rede Globo.

Alckmin cobrou explicações do caso. “O fato grave que precisa ser investigado é o crime, o vale-tudo que nós estamos vendo por parte do PT.”

O presidenciável disse não temer que possa aparecer foto sua com alguém da Planam. “Isso não vai acontecer, não tem foto nenhuma. Aliás, é dever mostrar o que tiver, mostrar foto, mostrar documentos. A sociedade exige isso, nós exigimos isso: apresentem, mostrem”, disse.

Segundo Alckmin, o caso revela chantagem e corrupção. “O fato é que são criminosos fazendo chantagem, querendo confundir a opinião pública, corrompendo pessoas”, afirmou.

CGU

O ministro Jorge Hage (Controladoria Geral da União) disse nesta sexta-feira que a denúncia dos Vedoin contra Serra não é a única prova de participação do ex-ministro da Saúde (1998 a 2002) no escândalo dos sanguessugas.

“As acusações sobre o governo anterior não estão só apoiadas nos depoimentos dos Vedoin, existem documentos, e depoimentos de parlamentares que fazem acusações ao então secretário-executivo e ao ministro [José Serra]”, disse o ministro.

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