O sub-relator que investiga a participação do Executivo na chamada “máfia das ambulâncias”, deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), vai pedir a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de 32 pessoas suspeitas de envolvimento com as fraudes investigadas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Sanguessugas.
Redecker ressaltou, porém, que nesta fase ainda não será pedida a quebra de sigilo de prefeitos suspeitos de participar do esquema. “Neste primeiro momento, eu não estou preocupado com os prefeitos, e sim com o Executivo [federal] principalmente os ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia. Eu quero esclarecer os fatos, estabelecer as conexões e ouvir muitas pessoas para formar o início das investigações de maneira mais aprofundada”, disse o deputado.
Segundo Redecker, a sub-relatoria elaborou uma espécie de dicionário de nomes com base na “filtragem” das informações disponíveis na comissão. Será esse “dicionário” que guiará os requerimentos, afirmou o sub-relator, ao observar que a quebra de sigilo poderá atingir mais de 32 pessoas.
Depoimento
O empresário Luiz Antônio Vedoin, um dos donos da Planam e principal testemunha do caso, deve ser ouvido amanhã (5) pelo Conselho de Ética do Senado. O deputado Júlio Redecker disse que vai ficar atento ao depoimento e voltou a defender um novo depoimento de Vedoin na CPMI. “Certamente eu necessito ouvir o Darci [Vedoin, pai de Luiz Antonio] e o próprio Luiz Antonio Vedoin para que nós possamos estabelecer o outro lado da moeda, que não é só o Legislativo. Eu quero agora aprofundar no Executivo. Tanto na esfera federal, como na estadual, se aparecer, e nos municípios”, explicou.
Reunião
A CPMI realiza amanhã, às 15 horas, reunião administrativa para votar mais de 130 requerimentos que se acumulam na pauta. Com a aprovação dos requerimentos, o presidente da comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), pretende montar uma agenda de depoimentos a partir do dia 2 de outubro.