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Prefeito de Tangará nega crimes apontados pelo MP que quer sua cassação

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O prefeito Júlio César Ladeia disse hoje, em entrevista coletiva à imprensa, que equívocos cometidos durante a realização das obras de recuperação da MT 170 na região da Gleba Triângulo motivam as suspeitas levantadas no Caso do Óleo Diesel. Apesar de reconhecer equívocos, o prefeito negou que crimes tenham sido cometidos. Ele lembrou que desde o início de seu mandato sempre manteve o Poder Executivo a disposição do Ministério Público e que continuará assim.
“Meu primeiro ato como prefeito foi assinar o Decreto 001 que determina que todas as Secretarias Municipais, Autarquias e demais setores subordinados, da Administração Pública Municipal disponibilizem por escrito todas as informações solicitadas pelo Ministério Público Estadual e Federal”, lembrou Ladeia.

O prefeito ressaltou que de acordo com o decreto o Poder Executivo Municipal, independentemente, de pedidos de informações, autoriza o Ministério Público Estadual e Federal, que seja efetuado semestralmente auditoria em todos os procedimentos administrativos.

“A comercialização de 20 mil litros de óleo diesel repassados pelo Governo do Estado foi equivocada, mas não houve dano ao erário público”, disse afirmando que na época estava em Brasília e não foi consultado sobre a transação. “Se tivessem perguntado para mim, eu teria buscado orientação e determinado que não fizesse, mesmo sabendo que o dinheiro público não seria lesado”.

Júlio César voltou a afirmar que não houve desvio de recursos. “Pelo contrário, a obra foi recebida com louvores pelo Estado, que elogiou o fato de que foi executada por um quinto do valor de tabela”, afirmou o prefeito citando o caso das “Sanguessugas” para exemplificar o que é dano ao erário. “Lá as ambulâncias eram superfaturadas para sobrar dinheiro aos sanguessugas. Aqui nós somos denunciados porque fizemos uma obra abaixo do valor de tabela”, lamentou.

Perguntado por um repórter sobre o pagamento de uma conta particular no valor de R$ 4 mil durante a venda do óleo diesel o prefeito respondeu que isso já foi explicado por Porfírio. “Ele comprovou por meio de recibos que havia adiantado os recursos aos trabalhadores e por isso tinha o crédito”, disse.

A mudança do depoimento do presidente da Associação da Gleba Triângulo foi comentada por Ladeia. Ele disse ter estranhado muito. “Ele (Mário Pio) está com dinheiro em conta. Eu não vou entrar no mérito agora, mas ele deve ter motivo para mudar seu depoimento (…) Quanto a oferta de emprego público nunca houve. Pelo menos não da minha parte”, disse.

Júlio César afirmou também, durante a entrevista, que a máquina pública por ser burocrática e pesada é de difícil controle, o que permite até mesmo sabotagem por parte de pessoas que estão no serviço público mas não possuem compromisso com a coisa pública.

“No dia 04 de maio eu fui ao Ministério Público, acompanhado do vereador Amauri Paulo Cervo e protocolei um ofício onde explico que diante da não observância da lei, a inoperância da maioria das comissões especiais, invasão do sistema, possível furto de cheque, entre outros fatores graves, requeri a instauração de procedimentos de qualquer natureza para nos ajudar a moralizar a Administração Municipal, para proteger o interesse público e coibir as improbidades administrativas”, disse.

No documento protocolado junto à Curadoria de Defesa ao Patrimônio Público, recebido pelo promotor de Justiça Reinaldo Rodrigues de Oliveira Neto, Ladeia autoriza até mesmo a interceptação telefônica de pertencentes à Prefeitura Municipal e acesso aos documentos bancários e fiscais do Município, além de pedir a verificação dos procedimentos com combustível, licitações, compras, finanças, fiscalização e infra-estrutura.

MOTIVO – Durante a entrevista coletiva o prefeito explicou o motivo pelo qual a comercialização do óleo foi feita por Porfírio. Na época o Município aguardava do Governo do Estado o repasse em dinheiro. Mesmo com o atraso do repasse a obra foi executada. “O dinheiro que viria do Estado seria utilizado para pagar a mão-de-obra, mas o Estado enviou óleo diesel e o coordenador da comunidade, vereador Paulinho Porfírio, decidiu vender o óleo e usar o dinheiro para pagar os trabalhadores”, esclareceu Ladeia, citando que o óleo chegou a ser vendido acima do preço de mercado – na época o valor por litro era estimado em R$ 1,89 e o óleo foi comercializado a R$ 1,91.

CASSAÇÃO – O prefeito preferiu não comentar o pedido de cassação feito pelo promotor Reinaldo Rodrigues. “É difícil dizer o que se passa na cabeça de um promotor, mas se mesmo deixando as portas da Prefeitura abertas ao Ministério Público, se mesmo indo lá e pedindo uma apuração com quebra de sigilo telefônico, ele ainda acha que eu mereça uma punição tão severa quanto essa, então, o que eu posso fazer?”, concluiu.

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