O presidente da CPI das Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), afirmou hoje que o relatório da comissão deve isentar de culpa 14 dos 90 parlamentares investigados por suspeitas de envolvimento em desvios de recursos da saúde. “Com isso restam 76 (parlamentares)”, disse Biscaia a jornalistas após reunir-se com integrantes da comissão no Senado.
Esse número poderá ser dividido, segundo Biscaia, em dois grupos. O primeiro incluiria parlamentares contra os quais existem provas robustas. O segundo, aqueles sobre os quais não existem provas efetivas de participação nos esquemas investigados, mas que, apesar disso, podem ter seus nomes encaminhados ao Conselho de Ética. No total, 87 deputados e 3 senadores tiveram seus nomes envolvidos no escândalo, segundo a comissão.
O subrelator de Sistematização da CPI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), afirmou já ter mandado os levantamentos relativos aos congressistas sob suspeita ao relator da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), para que ele decida como serão incluídos no relatório parcial que deverá ser apresentado na quinta-feira.
“São juízos de valor distintos. Caberá a ele (Lando) indicar quais parlamentares deverão ter seus nomes encaminhados ao Conselho de Ética”, disse Sampaio.
O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), teme que a ausência de integrantes da comissão volte a prejudicar o andamento dos trabalhos. Na terça-feira, reunião administrativa da CPI foi cancelada por falta de quórum para a apreciação de requerimentos.
“A leitura deve acontecer amanhã para que seja iniciada a segunda fase das investigações”, defendeu. O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), garantiu que a Presidência e a Mesa Diretora da Casa vão agir com rapidez para dar continuidade aos processos contra parlamentares citados no relatório da CPI. “Adotaremos as medidas mais drásticas para que os casos sejam encaminhados com celeridade para as instâncias que forem apontadas”, afirmou.