Integrantes da cúpula do poder em Rondônia fracassaram na tentativa de se livrar da prisão. A ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou pedidos para que fossem soltos o presidente do Tribunal de Justiça (TJ) do Estado, Sebastião Teixeira Chaves, o presidente da Assembléia Legislativa, José Carlos de Oliveira, e o procurador de Justiça José Carlos Vitachi.
Os três foram presos na sexta-feira durante operação da Polícia Federal em Rondônia. Atualmente estão na superintendência da Polícia Federal em Brasília. Junto com outras 20 pessoas, eles são acusados de participar de um esquema que teria provocado um rombo de pelo menos R$ 70 milhões nos cofres públicos, por meio de supostos atos de corrupção, fraudes, improbidade administrativa, venda de sentenças e lavagem de dinheiro.
Por força da imunidade e das prerrogativas 21 deputados envolvidos no esquema deixaram de ser presos. Pelo menos mais 130 pessoas, incluindo servidores públicos e altos dirigentes dos três poderes serão investigados nessa fase e correm o risco de também serem processadas.
A PF vai concentrar as investigações também no cruzamento de dados financeiros e na verificação do patrimônio velado dos suspeitos. Alguns deles, sobretudo deputados e também desembargadores, ostentam padrão de riqueza muito elevado. Há indício de que os bens estão em nome de terceiros. Por isso serão checadas procurações para advogados, escrituras em nomes de laranjas e outras formas de dissimulação patrimonial.
Com cerca de 600 páginas até agora produzidas, o inquérito da máfia do dominó tem provas densas sobre o envolvimento de dirigentes dos três poderes no desvio sistemático de dinheiro público. Na Assembléia, os parlamentares desviavam recursos por meio de licitações viciadas, superfaturamento de serviços e chegaram a criar uma folha salarial paralela, com assessores fictícios. O dinheiro ia direto para a conta dos deputados ou de seus familiares e assessores, ou ainda era resgatado por empresas de fachada.