O empresário Luiz Vedoim, dono da empresa Planam, em Cuiabá, -que comandava a máfia das sanguessugas vendendo ambulâncias supefaturadas para empresas a partir da destinação de emendas parlamentares de deputados federais- confirmou, em depoimento na Justiça Federal de Mato Grosso, que não houve esquema de pagamentos de propinas para diversas prefeituras. Ele afirmou, ao juiz Jefferson Scheneider, que não pagou propinas nas licitações na venda de ambulâncias para as prefeituras de Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Feliz Natal, Claudia, Guarantã do Norte, dentre outras. Só Notícias teve acesso a cópia do depoimento de Vedoim, que tem mais de 140 páginas, onde ele confirma que não houve direcionamento nas licitações para vender ambulâncias aos seguintes municípios:
Acorízal, Alta Araguaia, Alta Taquari, Apiacás, Araputanga, Arenápolis, Aripuanã, Barão de Melgaço, Barra do Bugres, Bom Jesus do Araguaia, Brasnorte, Campo Novo dos Parecis, Campo Verde, Campos de Júlio, Canarana, Carlinda, Castanheira, Chapada dos Guimarães, Cláudia, Cocalinho, Colniza, Confresa, Comodoro, Conquista do Oeste, Cotriguaçu, Curvelândia, Denise, Diamantino, Dom Aquino, Feliz Natal, Gaúcha do Norte, General Carneiro, Glória do Oeste, Guarantã do Norte, Indiavaí, Jangada, Jauru, Juara, Juína, Juruena, Jacimeire, Lambari D’Oeste, Lucas do Rio Verde, Luciara, Marcelândia, Matupá, Mirassol do Oeste, Nobres, Nortelândia, Nossa Senhora do livramento, Nova Bandeirantes, Nova Brasilândia, Nova Canaã do Norte, Nova Guarita, Nova Lacerda, Nova Maringá, Nova Monteverde, Nova Mutum, Nova Olímpia, Nova Ubiratã, Nova Xavantina, Novo Horizonte do Norte, Novo Mundo, Paranaíta, Pedra Preta, Planalto da Serra, Poconé, Pontal do Araguaia, Ponte Branca, Porto dos Gaúchos, Porto Esperidião, Primavera do Leste, Querência, Reserva do Cabaçal, Ribeirãozinho, Rio Branco, Rondolândia, Rosário Oeste, Salto do Céu, Santa Carmen, Santa Cruz do Xingu, Santa Rita do Trivelato, Santa Teresinha, Santo Antônio do Leste, Santo Antônio do Leverger, São Félix do Araguaia, São José do Povo, São José do Rio Claro, São José do Xingu, São José dos Quatro Marcos, Sinop, Sorriso, Tabaporã, Tapurah, Terra Nova do Norte, Tesouro, União do Sul, Vale do São Domingos, Várzea Grande, Vera, Vila Bela da Santíssima Trindade e Vila Rica;
Vedoin disse ainda que “todos os acordos eram realizados com os parlamentares e por essa razão servidores e prefeitos dos municípios não chegaram a receber qualquer vantagem”. Ele afirmou ainda que, se os municípios não aceitassem as condições impostas pelos parlamantares, perdiam o dinheiro da emenda”. O chefão da Planam afirmou que houve pagamento de propina nos casos de Alta Floresta e Colíder. “Ao ex-prefeito Romualdo Júnior ( Alta Floresta) no valor de R$ 10.400,00, equivalente à contrapartida do município, no ano de 2004; que o pagamento se deu através de um cheque emitido pela própria prefeitura, em favor de uma das empresas do grupo”.
Vedoim também acusa o atual prefeito de Colíder. ” Que em Colíder o atual prefeito, Celso Paulo, no ano de 2005/2006, recebeu R$ 10.400,00 e R$ 8.000,00, referentes à contrapartida do município em dois processos licitatórios; que esses valores corresponderam a exatamente 10% do valor dos veículos adquiridos”. Ele menciona que as duas compras foram de emendas de R$ 80 mil e R$ 100 mil. Vedoim também afirmou ao juiz federal que “os dois pagamentos ao prefeito ocorreram em espécie, na sede da empresa Planam, realizada pela acusada Maria Estela”.
Há poucos dias, o prefeito de Colíder, Celso Banazeski, divulgou nota, através da AMM- Associação Mato-grossense dos Municípios- rebatendo as afirmações de Vedoin e negando com veemência que tivesse recebido propina. O ex-prefeito de Alta Floresta Romoaldo Junior não se manifestou.
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