A cada dia surgem novas revelações dos trechos dos depoimentos do empresário Luiz Vedoin, da Planam, empresa que controlava o esquema de fraudes na avenda de ambulâncias superfaturadas para prefeituras, depois que deputados federais e senadores destinavam emendas com recursos do orçamento da União.
O jornal O Globo teve acesso a cópia do depoimento de Vedoim para a Justiça Federal de Mato Grosso. Ele abriu o jogo no acordo de delação premiada e apontou o montante de propina pagos a parlamentares que teriam destinado emendas para venda de ambulâncias e ganhariam comissões. O esquema também envolveu prefeitos e Vedoin disse que pagou aos parlamentares e prefeitos R$ 12,8 milhões em propinas.
Vedoim lista 83 parlamentares e faz as seguintes acusações aos parlamantares mato-grossenses:
Ricarte de Freitas Junior (PTB): R$ 647 mil, uma caminhonete, um carro e duas passagens para os Estados Unidos
Welington Fagundes: R$ 100 mil direto para o deputado
Teté Bezerra (PMDB): R$ 100 mil para campanha do PMDB. O marido de Teté, ex-senador Carlos Bezerrra, de acordo com Vedoin, comprometeu-se em apresentar R$ 2,5 milhões em emendas.
Pedro Henry: caminhonete avaliada em R$ 48 mil
Lino Rossi (PP): R$ 42 mil para camisetas, R$ 104 mil para uma carreta. 70 repasses sem valor especificado.
Celcita Pinheiro (PFL): R$ 50 mil.
Vedoin também afirma ter feito repasse de R$ 35 mil para a conta de Paulo Roberto, genro da senadora Serys Marli (PT), para pagamento de despesas de campanha.
Outro lado
Os parlamantares federais de Mato Grosso começam a apresentar defesa para a CPI dos Sanguessugas (além de alguns deles estarem respondendo processo autorizado pelo Supremo Tribunal Federal).
O deputado Ricarte de Freitas Junior disse, para A Gazeta, que “é um grande crime isso que está acontecendo” e que falará após sua defesa.
A senadora Serys Marli classifica as acusações de armação. “Sei que tudo isso está sendo armado. Já estamos começando a saber de onde está vindo a armação”.
O deputado Welington Fagundes disse que tem documentos comprovando que as emendas que destinou para a compra de ambulâncias acabaram tendo outras empresas, e não a Planam, como vencedoras do processo de licitação.
O deputado Lino Rossi negou as acusações e disse que Vedoin é seu amigo e que “está pagando caro por isso”.
Os demais parlamantares não se manifestaram.