O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, Raul Jungmann (PPS-PE), criticou hoje o que ele chamou de “politização” da comissão. Ele negou que a CPI tenha provas para cassar somente 30 parlamentares.
Segundo Jungmann, a CPI possui provas contra 80% dos 116 parlamentares e ex-parlamentares acusados de envolvimento no esquema, o que representaria cerca de 90 nomes.
“Quem diz que só tem 30 [nomes], está querendo ligar o forno da pizza. Mantenho a posição que é 80% [da lista de investigados]. Está provado nos depoimentos prestados e nas provas”, disse. “Se vocês lerem o material que já saiu, vão ver que tem comprovação contra 80%.”
Sobre os rumores que a comissão está dividida, Jungmann admitiu que o curso das investigações acabaram “politizando” a CPI. “Quando apareceu nome de ministro, isso aconteceu. Naturalmente atrapalha, mas é do jogo político”, afirmou ele sobre as denúncias de envolvimento de dois ex-ministros da Saúde com a máfia das ambulâncias: Humberto Costa (PT) e Saraiva Felipe (PMDB).
Jungmann também atacou a discussão gerada a partir dos dados divulgados pela CGU (Controladoria Geral da União), que mostraram um avanço dos contratos da Planam –empresa acusada de liderar o esquema– a partir do último ano do governo Fernando Henrique Cardoso.
“Quem está fazendo isso [comparação entre governos], está querendo desviar o foco da CPI. Estou me lixando se foi no governo Lula ou foi no governo Fernando Henrique.”
Novos nomes
Ontem, integrantes da CPI se dividiram sobre a inclusão de quatro novos nomes na lista de investigados. O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), queria incluir os novos nomes. Mas o sub-relator da CPI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que não havia necessidade de notificá-los, já que a CGU admitiu que não há como comprovar o envolvimento desses quatro parlamentares.
Jungmann disse que a inclusão dos quatro parlamentares será definido na próxima semana pela CPI. “Se aparecer ministro do governo passado, vou defender que ele seja investigado.”