A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas vai cruzar informações do Ministério da Saúde, das emendas parlamentares, de licitações de empresas e dos depoimentos dos acusados para buscar provas sobre os envolvidos na compra de ambulâncias superfaturadas com recursos do Orçamento Geral da União. O esquema, também investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, envolvia parlamentares, prefeituras, empresas de fachada e funcionários públicos.
O sub-relator de Sistematização da CPMI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), obteve junto ao Ministério da Saúde 150 senhas de parlamentares usadas para protocolar as emendas de projetos de compra de ambulâncias. O objetivo é cruzar com informações dos depoimentos dos funcionários da Planam (uma das empresas que lideravam o esquema de corrupção) e da ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino e as licitações para a compra de ambulâncias.
“Agora, vamos verificar se o parlamentar indicado pela Maria Estela da Silva [funcionária da Planam que prestou depoimento] foi de fato o autor da emenda daquele [determinado] município e aí eu fecho o círculo. Isso é um elemento de prova importante para fazer o cruzamento entre o município, o parlamentar referido e a emenda apresentada pelo parlamentar”, explica.
Segundo o deputado Carlos Sampaio, a ex-assessora Maria da Penha Lino confirmou que alguns assessores de parlamentares buscavam a senha e entregavam à Planam para fazer o projeto. “Isso fazia com que houvesse agilidade para o projeto. O que estava em jogo a partir do momento eram os interesses da empresa e não mais dos munícipios”, disse.