O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), e o relator, senador Amir Lando (PMDB-RO), receberam nesta quinta-feira seis volumes com cópias dos depósitos bancários dos deputados citados pelo empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin. Os depósitos estão organizados por nome de parlamentares.
Luiz Antônio e seu pai, José Darci Vedoin, são acusados de participar do esquema de fraudes envolvendo a compra superfaturada de ambulâncias por prefeituras com recursos de emendas parlamentares ao Orçamento da União. As fraudes foram descobertas pela Polícia Federal quando foi realizada a Operação Sanguessuga.
Biscaia e Lando também receberam as 151 páginas do depoimento de Luiz Antônio Trevisan dado ao juiz Jefferson Schneider no período de 3 a 12 de julho. Trevisan recebeu o benefício da delação premiada.
Defesa escrita e sigilo
Dos 15 parlamentares notificados inicialmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento na fraude das ambulâncias, 9 já entregaram a defesa escrita. Segundo o presidente da CPMI, alguns deles quiseram ter acesso à documentação em posse da comissão, mas não foram autorizados por Biscaia.
Na próxima terça-feira (18), o ministro do STF Gilmar Mendes, relator do caso no Supremo, decidirá se manterá ou não a exigência do sigilo sobre os parlamentares investigados. Biscaia defende a liberação do sigilo.
Apresentação do relatório
Biscaia informou que a previsão da entrega do relatório final da CPMI é início de agosto. Ainda não existe consenso entre o relator e o presidente sobre a necessidade de novas reuniões para depoimentos.
O parlamentar destacou que, depois de analisar os documentos recebidos, avaliará a necessidade de ouvir Luiz Antônio Trevisan Vedoin em Brasília. “A CPMI já possui a documentação suficiente para realizar os trabalhos”, garantiu.
Amir Lando defende que o depoimento ocorra de qualquer modo. Caso decidam pela reunião, ela deverá ocorrer em 25 de julho.