O dono da Planan, empresa acusada de envolvimento na fraude de licitações para a compra de ambulâncias com dinheiro do orçamento, confirmou hoje durante seu depoimento à CPI que mais dois ministérios teriam envolvimento com a máfia das sanguessugas, segundo o vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE).
Em seu depoimento, Darci Vedoin citou o ministério das Comunicações e da Ciência e Tecnologia, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Jungmann já havia declarado que a mádia agia no Ministério da Educação e da Ciência e Tecnologia.
O deputado afirmou hoje que o esquema envolvia a compra de ônibus que seriam destinados a programas de inclusão digital. Ele afirmou ainda que as investigações da CPI mostram que a máfia agia como um órgão paralelo. “Um verdadeiro submundo em que o principal vilão é o orçamento”, disse.
Para Jungmann, a forma com que o orçamento é disponibilizado estimula que os parlamentares e as empresas cometam atos de corrupção.
Segundo Jungmann, a CPI conseguiu os nomes de 62 parlamentares que teriam fornecido suas senhas pessoais para a criação de projetos e emendas a empresa Planam.
Os parlamentares, segundo o deputado, serão convidados a darem esclarecimentos na Comissão. No entanto, de acordo com Jungmann, o fato de fornecer as senhas não indica que o parlamentar esteja envolvido no esquema.
Quanto ao depoimento de Vedoin, Jungmann disse ainda que não tem previsão para terminar. Pouco antes das 16h, uma equipe médica entrou na sala onde Vedoin é ouvido, para monitorar as condições de saúde do empresário. Ele esteve internado no Hospital São Mateus por problemas cardíacos durante duas semanas.
Ainda hoje os parlamentares da CPI pretendem ouvir em Cuiabá Ivo Marcelo Espíndola, marido da filha de Darci Vedoin, Alessandra, e o empresário Ronildo Medeiros. Ontem, a ex-funcionária da Planam e ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino depôs, mas sua fala foi considerada “pouco produtiva”.
A CPI já notificou 15 parlamentares que respondem a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento na máfia dos sanguessugas. Entre eles, que têm até sexta-feira para apresentar defesa por escrito à comissão, estão João Caldas (PL-AL), Wanderval Santos (PL-SP), José Divino (PMDB-RJ), Tetê Bezerra (PMDB-MT), Lino Rossi PP-MT) e Nilton Capixaba (PTB-RO).