O ex-governador Rogério Salles admitiu que a demora na definição enfraqueceu o projeto de candidatura própria do PSDB ao Governo do Estado. Ele disse quem mantém seu nome a disposição do partido, mas que já trabalha prioritariamente no projeto de disputar uma cadeira na Câmara Federal. O partido vai se reunir na próxima segunda-feira (27) em Cuiabá para definir os detalhes finais da convenção regional, marcada para o dia 30.
“A direção nacional havia pedido que não tomássemos nenhuma posição antes das convenções, em especial do PPS. Com isso perdemos um espaço importante e vejo que hoje teremos muita dificuldade em viabilizar uma candidatura própria. Mas não fugirei da raia. Se o partido decidir, estarei pronto para enfrentar o desafio”, disse.
Salles não julgou o mérito da condução adotada pelo diretório nacional do PSDB no caso de Mato Grosso, mas considera que a decisão do PPS de não formalizar apoio à candidatura presidencial de Geraldo Alckmin frustrou os tucanos.
“Durante todo o tempo fomos orientados a evitar aqui em Mato Grosso atritos que pudessem por em risco o acordo nacional entre os dois partidos. Isso porque a direção nacional do PSDB apostava num apoio formal do PPS. Talvez agora eles liberem o partido para fazer as composições mais adequadas. Até porque se não houve acordo, não foi por intransigência nossa”, avalia.
Rogério Salles também falou sobre os boatos apontando uma eventual aliança entre o PPS, PMDB e o PT visando a reeleição de Blairo Maggi. A informação foi negada pelo PT e também por lideranças do PMDB, mas, para Rogério, não seria surpresa se a coligação de fato ocorresse.
“Seria incoerente, mas não surpreendente. É preciso lembrar que o Blairo apoiou o Lula na eleição passada. Não vejo problemas nisso, até porque essas negociações são feitas na base da conveniência. O difícil agora será explicar esta união para os eleitores”, ironizou.
Para Salles as conversas sobre a aproximação entre PPS e PT fortalecem as lideranças que, como ele, defendia a candidatura própria do PSDB. Mas, ao mesmo tempo, demonstram também a inteligência política de Blairo Maggi.
“Acho que ele conseguiu administrar bem para passar esse tempo todo sem oposição. Ele ficou ao largo das críticas nossas e do PFL e tem uma posição privilegiada hoje ”, concluiu.