O prefeito de Sinop, Nilson Leitão, está pleiteando a aprovação de um projeto junto à Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para a liberação de recursos estimados em R$ 10 milhões que deverão ser utilizados na viabilização da rede de água dos bairros Jardim América, Novo Jardim e Boa Vista.
A notícia, segundo ele, veio em boa hora, já que há uma reivindicação sendo feita, especificamente, pela população do Jardim América quanto a implantação de água tratada no bairro. Segundo eles, esta foi uma promessa feita para ser realizada em 2006.
Para Leitão, a questão vai muito mais além do que beneficiar apenas um bairro. Ele alega que a luta é para suprir as necessidades, não apenas do local específico que reivindica, mas de todos os demais bairros periféricos que ainda não possuem água tratada. Sua política é trabalhar pelo benefício da coletividade.
O prefeito esclarece que as orientações passadas para todas as secretarias, inclusive para o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sinop (SAAES) é para não trabalharem mais situações pontuais e sim, que atendam o coletivo. “Precisamos ter a visão futura e econômica dos fatos. Sinop atingiu um patamar que não permite, nem a mim nem a qualquer outro prefeito, solucionar um problema de forma paliativa”, salienta dizendo que essa é uma política adotada em sua administração.
Conforme o prefeito, estender a rede que abastece a região do São Cristóvão até o Jardim América poderia ser uma saída, porém não é o caminho a ser seguido, pois as adjacências continuariam esperando uma conquista que beneficiaria a todos. “Se eu fizesse isso não estaria sendo digno nem justo com os demais bairros”.
Ao falar mais especificamente sobre o assunto, o diretor do SAAES, Hildebrando Araújo França, diz que o prefeito de Sinop tem a consciência de que hoje não é possível fazer nada sem planejamento. Ele afirma que se o serviço não for bem feito há um sério risco de se perder todo o trabalho da rede de expansão e, ainda por cima, causar um colapso no abastecimento de água do Município.
“Tecnicamente é inviável expandirmos a rede do São Cristóvão até o Jardim América, pois se fizemos isso provocaremos uma redução drástica no abastecimento que, hoje, está estabilizado”, afirma França, salientando que é necessário dotar o sistema para que possa operar por mais 20 anos sem risco de colapso.
Leitão endossa o parecer técnico de França e reafirma que a Prefeitura vai aguardar um pouco mais até que possa executar o serviço por completo, com captação, reservatório, tratamento e distribuição.
O diretor do SAAES, que já vem estabelecendo um contato com a Associação de Moradores do Bairro, diz que a reivindicação do Jardim América, em si, é egoísta e desnecessária. Segundo ele, há cerca de 30 dias foi estabelecida uma conversa entre ele e o presidente, Valdívio José Cândido, onde todos esses pontos foram esclarecidos.
“Coloquei a eles todos os prós e contras que poderemos ter ao levar água tratada para o Bairro sem planejamento. Além do mais, toda a conversa foi transmitida por uma emissora de rádio local onde deixei bem claro que, somente, após a aprovação do projeto e liberação dos recursos é que poderemos iniciar as obras”, esclareceu.
O projeto que pleiteia verba de R$ 10 milhões para a execução da obra foi protocolado no dia 28 de abril na Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e, de acordo com o prefeito, as negociações estão em estágio bastante avançado.