O ex-segurança Joacir das Neves, que trabalhou na mansão de João Arcanjo Ribeiro, afirmou que seu ex-patrão, que se encontra preso em Cuiabá, na Penitenciária do Pascoal Ramos, se reunia com os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu, com o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, com o ex-líder do PP, Pedro Henry (MT), com o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), além de Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, e Ronan Maria Pinto, acusados de envolvimento no esquema de corrupção em Santo André.
Nas conversas, Dirceu, Barros e Henry levariam dinheiro de seus respectivos partidos para ser “lavado” pelo “Comendador”. O ex-segurança disse que presenciou uma conversa entre João Arcanjo e Sérgio Sombra na qual teriam tratado da contratação de criminosos para seqüestrarem o então prefeito de Santo André, Celso Daniel. Arcanjo foi condenado a 37 anos de prisão em 2003 por assassinato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Na semana passada, declarações semelhantes foram feitas pela cozinheira da casa de Arcanjo, Zildete Leite dos Reis. Zildete disse que Palocci, Dirceu e Okamoto foram duas ou três vezes, entre 2001 e 2002, à mansão do chefe do crime organizado em Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro. Por não apresentar provas, o relator da CPI, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), mostrou cautela em relação às declarações.
O depoimento do ex-segurança Joacir das Neves, que trabalhava na mansão do João Arcanjo Ribeiro, o Comendador -, acusado de chefiar o crime organizado em Mato Grosso, começou na manhã desta terça-feira (6) e continua ao longo da tarde, a portas fechadas. O pedido para que a reunião fosse reservada foi feito por ele próprio.
Em depoimento à CPI no mês passado, Arcanjo negou envolvimento com o assassinato do ex-prefeito de Santo André. Disse, inclusive, desconhecer “Sombra” e Ronan Maria Pinto.