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Presidente lança asfaltamento da BR-163 do Nortão a Santarém

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou hoje o início das obras da rodovia BR-163 (Santarém até a divisa com Mato Grosso), dentro dos limites do recém-criado Distrito Florestal Sustentável (DFS), no oeste do Pará. A rodovia cortará uma região de 19 milhões de hectares, na floresta amazônica, e será construída de acordo com normas que, segundo o Ministério do Meio Ambiente, devem permitir atividades econômicas compatíveis com a preservação da floresta. A pavimentação deve ser de aproximadamente 850 km até a divisa com Mato Grosso ( no município de Guarantã do Norte) e vai possibilitar que a safra agrícola a madeira e outros produtos da região Norte mato-grossense e do Sul do Pará sejam escoados, via porto de Santarém, gerando economia de US$ 30/tonelada de frete, além de ser mais rápido que as rotas atuais via portos de Santos (SP) e Paranguá (PR)

O DFS foi criado por decreto em 13 de fevereiro, mas o novo sistema de proteção ambiental só foi anunciado nesta segunda, Dia Mundial do Meio Ambiente, juntamente com a criação de mais quatro novas unidades de conservação na Amazônia e do Serviço de Proteção Florestal, entre outras medidas.

A rodovia Cuiabá-Santarém é um dos mais polêmicos projetos para a Amazônia e não estava no plano original do governo Lula. Em solenidade com a presença de diversos embaixadores convidados, Lula disse que só autorizou a obra depois que o Ministério do Meio Ambiente preparou o projeto de desenvolvimento sustentável para a área.

“Mesmo que tenha demorado um pouco mais do que alguns esperavam, essa obra vai mostrar como é possível sermos brasileiros sem sermos predadores, como costumam dizer do Brasil no exterior”, afirmou Lula.

O governo vai investir 70 milhões de reais no DFS, para regularizar a situação fundiária de pequenos produtores. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o projeto vai criar cem mil empregos, principalmente no manejo (extração) de madeira. A criação do DFS consolida a política ambiental defendida pela corrente da ministra — nem desmaiar a floresta nem transformá-la num santuário improdutivo.

“Ainda bem que temos uma elite, no sentido positivo, que se preocupa com o desenvolvimento sustentado e que apóia esses projetos”, disse Marina Silva. Para Lula, a construção de uma “rodovia sustentável” representa a chegada da idade da “razão ao desenvolvimento da Amazônia”.

A previsão é que o edital para pavimentação da rodovia saia até o final do ano.

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