O presidente da França, Jacques Chirac, aconselhou hoje o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, a não se preocupar agora com o resultado das pesquisas eleitorais que aponta o favoritismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Se eu dependesse de pesquisas nunca teria sido eleito na França, pois sempre estive atrás dos adversários”, comentou o francês durante café da manhã no hotel onde estava hospedado.
Na conversa, que Alckmin classificou de “muito amável, Jacques Chirac disse que tem um bom relacionamento com Lula e com o ex-presidente Fernando Henrique. “Ele me pediu para dar um abraço no Fernando Henrique”, contou o tucano que, no próximo domingo terá uma reunião com o ex-presidente.
O assunto predominante no encontro com Chirac foi a reforma política e Alckmin defendeu a necessidade de o Brasil implantar a fidelidade partidária para evitar o troca-troca de legenda.
Outro tema foi a inserção do Brasil no cenário internacional e a prioridade de crescimento econômico, que o tucano quer dar em seu programa de governo.
O presidente francês disse ser simpático à reivindicação do Brasil de ser membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O Estado do Amapá, segundo Alckmin, foi abordado na conversa, já que ele manifestou seu desejo de, se eleito, construir a ponte entre o Amapá e a Guiana francesa que tem 500 quilômetros de fronteira com o Brasil. Chirac contou que seu ministro de Turismo é da Guiana como também dois deputados de seu grupo político.
O pré-candidato tucano estava acompanhado de um diplomata do Itamaraty que o assessorou no governo estadual.
Com Lula
Chirac chegou na quinta-feira ao Brasil. A recepção teve algumas particularidades como o desfile militar, a apresentação da Esquadrilha da Fumaça que escreveu no céu France-Brasil e uma réplica do 14 Bis que foi colocada no gramado do Palácio da Alvorada.
Chirac teve uma reunião reservada com o Lula, pela manhã e, à tarde, participou de mais uma reunião ampliada, com a participação de ministros dos dois países.
Após os encontros, indiferente aos alertas de que a região vive a expansão de atitudes nacionalistas e populistas, o presidente Lula disse em entrevista, ao lado do presidente francês, que a América do Sul passa por “um momento político muito rico” em termos de consolidação democrática.