O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, acaba de informar que novas medidas para o setor Agrícola serão anunciadas no próximo dia 25. Isso significa que, na audiência de hoje à tarde ( 14:30hs horário de Mato Grosso), o presidente Lula não deve anunciar nada aos oito governadores que vão cobrar providências urgentes para conter a crise agrícola que tem levando milhares de agricultores à falência. Até agora, desde que os protestos iniciaram há cerca de 25 dias, o governo anunciou que destinará R$ 1 bilhão para melhorar o preço da soja ( R$ 6 por saca), mas os produtores argumentam que 80% deles não serão beneficiados pois venderam a produçãõ para pagar dívidas.
Hoje de manhã, no Senado, governadores e o ministro da Agricultura participam de debates sobre a crise. O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, pediu a redução mais rápida das taxas de juros, atualmente em 15,75%. Segundo o governador, essa medida é urgente, sob pena de mecanismos como financiamento e outros investimentos na agropecuária por parte do Governo Federal serem considerados paliativos.
“E importante sair daqui um grito de alerta de redução mais rápida de juros, senão as demais políticas são paliativas. O que se coloca aqui é que chegamos no limite, precisamos de medidas rápidas e efetivas”, afirmou.
O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, media, neste momento a segunda mesa-redonda do seminário que se realiza no Auditório Petrônio Portella, no Senado Federal, “Agricultura e pecuária: crise e soluções”, em evento realizado pelo Governo de Mato Grosso e a Fundação Getulio Vargas.
Protestos:
No Nortão, Araguaia, Sul, Médio-Norte e na capital os produtores de Mato Grosso estão fazendo bloqueios em rodovias e manifestações para pressionar o Governo Federal a anunciar, hoje à tarde, medidas para resolver os principais que os agricultores. Desde que o ” Grito do Ipiranga” começou, há mais de 3 semanas, que não saem de Mato Grosso cargas de soja, arroz e milho.
No Nortão, há bloqueios na BR-163 (principal rodovia que liga o Nortão a capital )
em Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. Caminhões e carretas carregados com comida, hortifrutigranjeiros, bebidas, combustível e demais produtos não passam. Cargas de remédios estariam sendo liberadas. Carros e ônibus estão passando normalmente. Em várias cidades do Nortão, prefeituras e câmaras fecharam hoje em solidariedade aos produtores. Associações comerciais e CDLs também reforçam o movimento. Em Alta Floresta, os comerciantes filiados a CDL fecham as portas esta tarde.
Em Várzea Grande, mais de 200 pessoas -representantes da indústria, comércio, transportes, estudantes e produtores rurais- saíram em carreata, hoje de manhã, do Posto Zero, na avenida da FEB. Em veículos, caminhões e tratores e seguiram até a Praça Ipiranga, em Cuiabá. No protesto em Cuiabá, os manifestantes distribuem um panfleto que explica as razões da crise à população, informa a Federação da Agricultura de Mato Grosso – FAMATO.
No Araguaia, produtores bloqueiam tráfego de caminhões carregados nas rodovias 070 e 158. O movimento maior é em Barra do Garças. Em Canarana, também há bloqueios.
Em Diamantino, no Médio-Norte, também, há bloqueio na BR-364 e em uma rodovia estadual. Na região Sul, produtores também fazem bloqueios.
Em Alto Taquari, agricultores e trabalhadores bloquearam a passagem do trem de cargas da Ferronorte. Em Primavera do Leste, uma rodovia também está bloqueada.
Pecuaristas estão apoiando os agricultores e fecharam unidades do INDEA- Instituto de Defesa Agropecuária- em 14 cidades da região. O órgão fiscaliza entrada e saída de gado no Estado, dentre outras atribuições.
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