O PFL deve definir nesta quarta-feira o formato da prévia que escolherá o companheiro de chapa do candidato tucano Geraldo Alckmin. A decisão será tomada numa reunião entre os senadores Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL (à direita na foto), e José Agripino Maia (RN), líder do partido (à esquerda).
A fórmula será submetida nesta quinta-feira à aprovação da Executiva do partido. Se tudo correr como planejado, a prévia será feita na próxima semana, entre terça e sexta-feira. Vão a voto os nomes dos senadores Agripino Maia e José Jorge (PE).
A encrenca do vice entrou em sua reta final no início desta semana. Aconteceu o seguinte:
1. Na última segunda-feira, Agripino Maia procurou o colega José Jorge. Propôs que os nomes de ambos sejam submetidos ao mesmo colégio de 94 lideranças do PFL que Bornhausen ouviu para saber se o partido deveria ou não fazer aliança com o PSDB;
2. Agripino disse ao colega que, se for vencido por ele, o apoiará “com entusiasmo”. E pediu reciprocidade. Seria, a seu juízo, a melhor maneira de resolver o impasse sem o sacrifício da unidade do partido. José Jorge pediu tempo para pensar;
3. Nesta terça-feira, Agripino conversou com Bornhausen, árbitro do processo. Relatou a ele o que propusera a José Jorge. E o presidente do partido disse que, por ele, nada tinha a obstar. Combinou que falaria com José Jorge e marcou para a manhã desta quarta-feira uma nova reunião com Agripino para sacramentar a decisão;
4. Acertados os detalhes, o mecanismo escolhido para as prévias será levado à Executiva do partido, marcada para quinta-feira. Desse encontro deve sair a data da eleição, que se pretende ocorra na próxima semana.
A votação das 94 lideranças pefelistas –deputados, senadores, governadores, prefeitos de capitais e membros da Executiva—funcionaria como uma espécie de tira-teima. Ao consultar o mesmo colégio para aprovar a aliança com o tucanato, Bornhausen recolheu também opiniões sobre o nome do vice. Mas a consulta foi aberta.
O nome de Bornhausen obteve 70 menções; o de José Jorge, 55; e o de Agripino, 43. Bornhausen retirou-se da disputa. Daí a necessidade de uma nova rodada, dessa vez por meio do voto e restrita a dois nomes –o de Agripino e o de José Jorge.
Partidários de José Jorge cogitaram ampliar o colégio. Em vez do conciliábulo dos 94, a votação seria feita nos diretórios estaduais do partido. Mas Agripino rejeita a fórmula. Argumenta que, ampliando-se o colégio, seria necessário fazer campanha. Algo que, segundo diz, “esticaria a corda” e levaria à divisão do partido.
Agripino afirma, de resto, que, se serviu para aprovar a aliança com o PSDB, a lógica indica que o grupo dos 94 servirá também para sacramentar o nome do vice. Resta saber se, na conversa com Bornhausen, José Jorge concordou com os termos propostos pelo adversário. Algo que o presidente do partido comunicará a Agripino na reunião desta quarta.
Escrito por Josias de Souza às 01h05