O governador Blairo Maggi garantiu no final da tarde desta quarta-feira à tarde, aos produtores rurais de diversas regiões do Estado, que representam aproximadamente 20 mil produtores rurais e integram o movimento “Grito do Ipiranga”, que estiveram reunidos com ele em seu gabinete para discutir a crise do agronegócio, que, muito embora as chances de no atual momento sejam ínfimas, estudará meios de reduzir a carga tributária que incide sobre os custos de produção.
Ao apelo dos produtores quanto ao apoio político, Maggi teria afirmado que irá se reunir em Brasília no próximo dia 16 com mais nove governadores de Estados produtores que se reunirão com líderes do Governo Federal e do Congresso Nacional, ocasião em que os produtores pretendem se mobilizar para uma grande manifestação.
Maggi declarou apoio ao movimento que faz frente à política cambial do Governo Federal, que tem afetado diretamente a arrecadação do Estado. Em relação à pauta da reunião, o produtor rural Helmut Lawisch falou pelos produtores. “Nós estamos aqui para resolver o passado, acertar o presente e planejar o futuro”, enfatizou.
Um dos instrumentos propostos na reunião foi o do Crédito Presumido, que funcionaria, no entanto somente com a retomada da atividade, o que de imediato é impossível, segundo os produtores. O governador teria afirmado que o Estado corre o risco de não fechar as contas este ano por conta de um déficit que já estaria girando em torno de R$ 600 milhões.
De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e da Pecuária de Mato Grosso, Homero Pereira, a reunião foi positiva, pois o governador sabe do momento de dificuldade por que passa o setor, porém disse que não pode fazer nada de imediato, pois está com as mãos atadas em função de ter o orçamento, já contingenciado e reduzido.
Além disso, ainda segundo Homero, o governador confirmou que participará pessoalmente de algumas ações realizadas pelo movimento.
Durante a reunião, o governador foi comunicado da ampliação e reforço do movimento com a adesão de aproximadamente quatro mil caminhoneiros e por volta de 300 transportadoras de Mato Grosso. De acordo com o presidente da União Nacional dos Caminheiros, José Araújo da Silva, também presente na reunião, de amanhã em diante o movimento deve ganhar mais força com a adesão de mais 42 empresas transportadoras do Paraná e outras centenas nos Estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Goiás e Bahia.
Para ele, a mobilização já é nacional e não é somente de produtores rurais, mais de grande parte da sociedade civil, como os setores do comércio, também afetado diretamente pela crise. O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Silval Barbosa, também participou da reunião.