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Palocci pede afastamento e deixa governo após 39 meses

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O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) pediu há pouco o seu afastamento do cargo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a assessoria de imprensa. Desgastado por denúncias de corrupção feitas desde o ano passado e após comparecer a uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no início deste ano, Palocci deixa o Ministério da Fazenda após quase 39 meses no cargo.

Como Palocci pediu afastamento –e não demissão–, ele mantém o foro privilegiado que dá direito de responder a eventuais processos somente no STF (Supremo Tribunal Federal).

O principal motivo para a sua saída foi a quebra de sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que em depoimento afirmou ter visto Palocci por diversas vezes em uma casa no Lago Sul, em Brasília, freqüentada pelos seus ex-assessores Vladimir Poleto e Ralf Barquete.

Suspeita-se que o local era usado para a promoção de negócios ilegais.
Palocci ganhou notoriedade nacional ao coordenar a campanha de Lula para a Presidência da República em 2002. Foi ele quem ajudou a levar o PT da esquerda para o centro ao fazer o elo entre o partido e o empresariado e o mercado.

Começou a vida política na esquerda, onde militou na Libelu (Liberdade e Luta) –movimento de tendência trotskista– e entrou no PT em 1981. No entanto, só foi assumir um posto na direção nacional do partido mais de 20 anos depois, em 2002, quando assumiu a coordenação do programa de governo de Lula, substituindo o prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado em janeiro daquele ano.

Após a campanha vitoriosa, coordenou a equipe de transição. Ao deixar a Fazenda, Palocci também reduziu o número de integrantes do “núcleo forte” da transição que permanecem no governo Lula. José Dirceu deixou a Casa Civil em junho do ano passado, após as denúncias de Roberto Jefferson que o acusavam de ser o operador do mensalão.

Na mesma onda de denúncias, Luiz Gushiken deixou a Secretaria de Comunicação, onde tinha status de ministro, para assumir ao Núcleo de Assuntos Estratégicos. Apenas Luiz Dulci (Secretaria Geral) permanece no posto original.

No período em que comandou o Ministério da Fazenda, a economia do país cresceu 0,5% em 2003, 4,9% em 2004 e 2,3% no ano passado. Com um forte esforço fiscal, a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB (Produto Interno Bruto) passou de 55,5%, em dezembro de 2002, para 51,6%, em dezembro do ano passado. Também sob a gestão de Palocci o Brasil conseguiu melhorar a composição da sua dívida, com a redução do endividamento externo e da menor participação de títulos cambiais e atrelados à Selic na composição na dívida interna. Por outro lado, aumentou a participação dos títulos prefixados –para o governo, isso é melhor, porque se sabe antes o quanto vai pagar.

Quando já sofria as denúncias de seus ex-assessores Buratti e Poleto na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bingos, Palocci enfrentou também um embate público com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Ela criticou, em novembro do ano passado, que a política de juros altos fazia o rigoroso ajuste fiscal “enxugar gelo” –isso porque o governo cortava gastos, mas tinha uma despesa elevada com juros da dívida pública. Foi nessa época em que começaram os rumores de que Palocci poderia deixar o cargo.

Agora, Palocci pode tentar se eleger deputado federal e manter o foro privilegiado para responder a suspeitas de corrupção de sua gestão em Ribeirão Preto.

Palocci é médico sanitarista e nasceu em Ribeirão Preto, em 1960. Elegeu-se em 1989 para a Câmara de Ribeirão Preto e foi prefeito da cidade entre 1993 e 1996. Em 1998, Palocci foi o quarto mais votado do PT para o cargo de deputado federal, com 125 mil votos. Em 2000, ele foi eleito pela segunda vez prefeito de Ribeirão Preto, vencendo a eleição já no primeiro turno.

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