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PMDB e PPS se unem para costurar a terceira via

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PMDB e PPS fecharam nesta quinta-feira um entendimento que tem a pretensão de consolidar uma alternativa à polarização entre PSDB e PT na disputa presidencial de 2006. Aposta-se na viabilização da chamada “terceira via.”

Para marcar o início da articulação, os presidentes dos dois partidos, Michel Temer (PMDB) e Roberto Freire (PPS), acertaram a realização de um grande seminário. Tem o objetivo de debater projetos alternativos para o país.

O encontro será feito antes das prévias que definirão o nome do candidato oficial do PMDB, marcadas para 19 de março. Disputam a vaga o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, e o ex-governador do Rio de Janeiro Antony Garotinho.

Embora a data do seminário ainda não esteja fechada, o mais provável é que ocorra no próximo dia 8 de março, em Brasília. Ouvido pelo blog, Roberto Freire revelou as segundas intenções que se escondem por trás do encontro.

“É evidente que isso será mais do que um seminário. Desde o início que venho afirmando que o PMDB tem uma rara oportunidade de resgatar a sua história.” Articulador do encontro, o deputado Raul Jungmann (PE), eleito pelo PMDB e hoje filiado ao PPS, ecoa Freire: “Estamos diante da perspectiva de recomposição do velho MDB com as outras forças democráticas do país.”

O interesse pela construção de uma alternativa presidencial perpasse todo o entendimento: “O Brasil assiste a um disputa vexatória entre PT e tucanos, para saber qual dos dois governos é o mais corrupto”, diz Freire. “Não é possível que a eleição se resuma a isso. Temos de mostrar aos eleitores que há outras alternativas”.

Pretende-se atrair para o seminário governadores e lideranças dos dois partidos. O tema será “Desenvolvimento Econômico e Segurança Social”. Imagina-se realizar, depois das prévias peemedebistas, pelo menos mais dois encontros do gênero.

Candidato à presidência pelo PPS, Freire evita mencionar como seria composta a chapa da pretensa “terceira via” caso o namoro dos seminários resulte em casamento eleitoral. “Não tem que falar nisso agora. Até porque nossa idéia é atrair para o entendimento outros partidos, como PDT e PV. Se viermos a construir uma alternativa, precisamos ver se podemos lutar todos juntos. Qualquer discussão sobre nomes agora atrapalharia.”

Embora não verbalizem publicamente, tanto a ala do PMDB representada por Temer quanto o PPS revelam entre quatro paredes nítida preferência pelo nome de Germano Rigotto. Diz-se que o governador gaúcho, diferentemente de Garotinho, representaria melhor o chamado “PMDB histórico.”

Para a direção do PMDB, a demonstração de que é possível costurar alianças com outras legendas serviria para inibir o esforço da ala governista do partido para forçar uma aliança com o PT de Lula ainda no primeiro turno. Trabalha-se com a hipótese de que, à margem da disputa renhida entre Lula e o candidato que vier a ser definido pelo PSDB, pode-se construir uma alternativa eleitoral.

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