O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso descartou que tenha preferência pelo prefeito de São Paulo, José Serra, para concorrer à Presidência e disse que o PSDB vai escolher o nome do candidato apenas depois que o PMDB e o presidente Lula se decidirem.
“Nós temos para a Presidência dois excelentes candidatos. Eu vejo toda hora no jornal que eu me decidi por este ou aquele. Não é verdade, até porque os dois são bons”, disse o ex-presidente a jornalistas nesta segunda-feira antes de realizar uma palestra.
“Nós temos que esperar. Quem vai ser o candidato do PMDB? Ninguém sabe. O presidente Lula diz toda hora que não sabe se é candidato, se comporta como candidato mas diz que não. Então por que vamos ter que nos precipitar?”, avaliou.
Fernando Henrique afirmou que a definição sairá no final de março, reiterando declarações dadas na semana passada por dirigentes tucanos que se reuniram em seu apartamento.
Entre e Serra e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, os dois nomes que disputam a indicação do partido, o ex-presidente diz que vê “opiniões desencontradas” dentro do partido.
Quanto ao desgaste que Serra teria por deixar a prefeitura ainda no segundo ano de gestão, FHC voltou a dizer que se esta for a vontade da população ele poderia sair. Mas ponderou: “É um problema do partido, não é nada insuperável.”
Ele criticou o presidente Lula por ter decidido comparar seu governo ao do ex-presidente. “Não adianta ficar comparando com o passado, tem que olhar para o futuro. Não só ele, o nosso candidato também”.
Considerou possível derrotar o presidente Lula não apenas pelas denúncias de corrupção como pelas promessas de campanha não cumpridas.
“O presidente Lula tem uma explicação para dar ao país. Ele vai ter de voltar a temas que podem ser desagradáveis. Não é o tema da corrupção, esse não adianta nem voltar. Todo mundo já sabe que houve e muito. É outro: por que não fez o que prometeu?”, disse.
Ele cobrou do atual governo a realização da reforma trabalhista, o término da reforma da Previdência e avanços na questão tributária, na educação e na reforma agrária.