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Sondagem mostra diretórios tucanos divididos entre Serra e Alckmin

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Uma sondagem da Folha Online com os diretórios estaduais do PSDB mostra uma legenda dividida entre o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra. A consulta aos diretórios mostra que o trabalho do governador, que rodando os Estados da federação desde o ano passado rendeu frutos para sua exposição pelo país. Serra, no entanto, ainda se mantém como expressão nacional dentro do partido como herança de sua passagem pelo governo federal.

A reportagem entrou em contato com todos os diretórios estaduais espalhados pelo país. Não foi possível obter contato com representantes de alguns dos diretórios e nem todos os representantes indicaram a preferência por um dos candidatos. No entanto, não se furtaram a analisar os pontos fortes e fracos de ambos. Também indicam que, por enquanto, uma possível candidatura do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, também apontado como presidenciável, permanece restrita a sua base eleitoral.

A sondagem mostra que, se Alckmin tem a simpatia de vários dos diretórios tucanos, precisa mostrar competividade nas pesquisas de intenção de voto para angariar mais apoio. Quanto a Serra, a principal resistência a seu nome vem da necessidade de sair da prefeitura da capital com menos de dois anos de mandato para disputar a presidência da República.

Centro-Oeste e Sudeste

Os estados do Centro-Oeste indicam que o governador Alckmin conseguiu fazer seu nome na região. “Não posso falar pelo partido. O Serra tem o nome mais nacional, só que, nesse momento, eu sinto que o pessoal tem a preferência pelo Alckmin. O governo de São Paulo está muito mais próximo de Mato Grosso do Sul”, diz Marisa Serrano, da executiva do PSDB-MS.

“A tendência aqui é pró-Alckmin. O Alckmin vai ter muito mais facilidade para justificar a saída do governo”, diz Antonio Faleiros, presidente do PSDB-GO, acrescentando a “potencialidade de crescimento” do governador paulista nas pesquisas: “o ritmo de crescimento dele foi maior que o do Serra nas pesquisas”.

Não houve manifestação oficial em Mato Grosso, mas segundo fontes que responderam sob condição de anonimato, o diretório do estado também acompanharia a tendência pró-Alckmin.

Na região Sudeste, não há consenso entre os presidenciáveis tucanos. Em São Paulo, não houve manifestação oficial do diretório estadual. Fontes ouvidas pela reportagem da Folha Online indicam que há resistência ao nome do prefeito Serra. Sua desincompatibilização do cargo a essa altura é vista com reservas.

“As pesquisas hoje mostram o Serra como o mais forte, o que é bastante natural. O Serra perdeu, mas no segundo turno. E o presidente Lula é uma grande decepção. Já o Alckmin vem subindo porque está se expondo”, diz Luiz Paulo Côrrea, presidente do PSDB-RJ. Ele relativiza as pesquisas: “até março, esse quadro não é de intenção de voto, mas um medidor de popularidade”.

Em Minas Gerais, o diretório estadual apóia a candidatura do governador Aécio Neves. “O PSDB de Minas Gerais não dá por liquidado que a escolha está restrita ao Alckmin e ao Serra”, afirma o deputado federal e presidente do diretório Nárcio Rodrigues.

Rodrigues afirma que Aécio conta com o apoio de vários partidos de esquerda, além da simpatia de lideranças do PTB e do PFL, mas admite que o governador mineiro não deve lançar sua candidatura sem uma manifestação expressa de correligionários: “entrar numa competição como candidato de si mesmo, isso ele jamais vai fazer”.

No Espírito Santo, o diretório deve fazer uma reunião no dia 27 para tomar posição sobre o impasse tucano. O presidente Luiz Paulo Velloso Lucas afirma que a escolha do partido deve ser pelo candidato mais competitivo. “Na minha opinião, o Serra é o candidato mais competitivo. O PT e o presidente Lula não serão concorrentes fáceis. Eles farão de tudo para permanecer no poder” e acrescenta: “o Serra tem capital político acumulado desde 2002”.

Sul, Nordeste e Norte

Luiz Carlos Hauly, deputado federal e integrante da cúpula paranaense do PSDB, afirma que o governador tem potencial para subir nas pesquisas baseado no desempenho de Alckmin na capital, “a síntese do país”, onde ele bate o presidente Lula.

“O Serra tem uma posição consolidada no Rio Grande do Sul. Agora, o governador tem um carisma impressionante”, diz a deputada federal Yeda Crusius, da executiva do PSDB-RS. Ela afirma que a questão de desincompatibilização de Serra deve dividir o eleitor gaúcho: “tem eleitor que vai dizer: ‘não admito que ele saia da prefeitura agora’. E tem outro que vai dizer: ‘esquece, não me venha com esse negócio de papel assinado. Eu quero saber como ele vai ser como presidente da República'”.

“Aqui, no Tocantins, o Serra bate o Lula já no primeiro turno em uns 70 municípios. Mas nada nos diz que não é factível o Alckmin melhorar o desempenho aqui no estado”, diz o presidente do diretório, o senador Eduardo Siqueira Campos. Ele acrescenta: “hoje, na região norte, o Serra está indiscutivelmente na frente”.

No Pará, o senador Flexa Ribeiro, da executiva tucana local, afirma: “eu posso te dizer: se a eleição fosse hoje, o candidato seria o Serra. Ele já passou por um processo de exposição nacional enquanto o governador, agora que está caminhando. Evidentemente que ele vai começar a crescer nas pesquisas. Lá em março, eles devem estar em situação semelhante”.

No Maranhão, o deputado federal e presidente do diretório Sebastião Madeira, é peremptório em apoiar o prefeito de São Paulo: “aqui, o partido prefere o Serra. O Alckmin é um candidato maravilhoso. Só que eu acho que o Serra entende mais os problemas do Maranhão”.

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