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Pressionado, ministro do Trabalho não diz se deixará presidência de partido

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O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, disse hoje (27), em São Gonçalo (RJ), que está sendo vítima de um “linchamento público” pelo “crime” de presidir um partido, no caso, o PDT. Ele se referia ao espaço dado pela mídia à decisão do Conselho de Ética Pública, que considerou antiética a acumulação do cargo de ministro com a presidência do PDT e recomendou sua demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para Lupi, a posição do conselho é absurda, antidemocrática e preconceituosa, além de “discriminatória” contra o PDT. “No Brasil todo, só existe Carlos Lupi como dirigente partidário? Será que o problema é porque eu sou do PDT e estou defendendo os interesses dos trabalhadores? Que interesses podem existir por trás desta movimentação do conselheiro Marcílio [Marques Moreira, presidente do Conselho de Ética Pública]?”, questiona o ministro.

Lupi entende que a Comissão de Ética Pública fere a Constituição ao criar, só para ele (Lupi) uma interpretação sobre a ocupação de cargo público simultaneamente com a direção de um partido político. “A decisão do conselho só vale para a minha pessoa. Só eu estou ferindo a ética”, afirma Lupi. Para ele, o presidente do conselho é que está sendo antiético, “querendo assumir a função de nomear e demitir ministros de Estado”. “E os outros dirigentes de partidos, por que nunca foram questionados?”, ressalta.

O ministro criticou o presidente do Conselho de Ética Pública, que, segundo ele, ocupa, paralelamente, o cargo de conselheiro em uma entidade da iniciativa privada.

Sobre o aparelhamento que estaria promovendo nas delegacias regionais do Trabalho, ao nomear para cargos-chave pessoas ligadas ao PDT, Lupi não negou o fato e questionou os jornalistas: “E daí? Só o PDT é que tem cargos dentro dos governos? Ou no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso o PSDB não tinha as suas atribuições com base na legitimidade do voto dado pelo povo?”

Lupi fez as declarações em entrevista depois de assinar convênio com a prefeitura de São Gonçalo, para levar à cidade o Programa Juventude Cidadã. Pelo convênio, o governo federal destinará R$ 10 milhões a São Gonçalo, cuja contrapartida será de R$ 2 milhões. O convênio prevê a realização de cursos gratuitos de qualificação de 7 mil jovens de baixo poder aquisitivo, com idade variando entre 18 e 29 anos, matriculados no ensino fundamental ou médio.

Os jovens terão 350 horas-aula em 20 cursos diferentes, nas áreas de construção civil, alimentação, metal-mecânica, beleza, administração e vestuário.

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