O deputado Wagner Ramos (PR) vai negociar politicamente com o governo os parâmetros para materialização de um projeto macro que prevê a potencialização do setor florestal em Mato Grosso. São quatro propostas. Uma está na lei, sancionada mês passado, estabelecendo o programa de concessão das áreas que margeiam as estradas estaduais para reflorestamento, desde que estejam sem perspectivas de utilização imediata.
As outras criam o Fundo Estadual de Fomento das Atividades Carvoeiras (Funcarbono) e o Plano de Negócios Florestais – arovadas na Assembléia Legislativa, mas receberam vetos no governo
Segundo Wagner Ramos, o Funcarbono favorecerá a transformação – com tecnologia adequada – dos resíduos florestais gerados por derrubadas autorizadas pelo poder público e as que surgirem dos processos de transformação industrial da madeira no estado. Também privilegiará os reflorestamentos das espécies nativas ou exóticas, obtidas a partir do plano de negócios florestais que vierem a ser aprovados.
O parlamentar explicou que a quarta proposta transforma os negócios florestais em instrumento de caráter estratégico para os desenvolvimentos ampliados da economia e da conservação ambiental de Mato Grosso. O Plano de Negócios Florestais foi elaborado para aplicação obrigatória nas propriedades rurais, no manejo ambiental e nas derrubadas de vegetação para produção agropecuária ou outras atividades rurais.
“O objetivo desse nosso trabalho é proporcionar o aproveitamento racional dos estoques de matérias primas vegetais – naturais ou plantadas – existentes nas propriedades rurais. Também, a redução gradual e positiva da velocidade do desmatamento das florestas e do cerrado, com a máxima proteção dos mananciais de águas potáveis, entre outros benefícios”, salientou Ramos.
Todos os documentos receberam o aval do Ministério do Meio Ambiente e o do Funcarbono referências elogiosas do governo estadual – com destaque para o leque de alternativas de desenvolvimento sustentável, no estado, e a possibilidade de sua expansão para todo o país.
O Departamento de Florestas da Secretaria de Biodiversidade e Florestas – órgão do Ministério do Meio Ambiente (MMA) aponta outras vantagens. “A proposta possui mérito pela indicação clara de definir uma alternativa de uso de recursos florestais de maneira mais racional e terá – como conseqüência direta – o estímulo à aplicação do Funcarbono para o desenvolvimento de tecnologias de produção sustentável”.
“Todos esses projetos têm um vínculo muito significativo para nossa proposta maior de tornar Mato Grosso uma potência florestal. Temos, em nosso estado, solaridade e regime de chuvas adequado a uma boa silvicultura, gente disposta e precisando trabalhar, e terras à disposição. Além disso, matas nativas a explorar adequadamente”, disse Wagner Ramos, que também defende o plantio de florestas para evitar o corte das nativas e a oferta de chances de trabalho aos formandos em Engenharia Florestal no estado.
A quarta proposta insere na disciplina Ciências – do conteúdo programático do Ensino Fundamental – a atividade prática obrigatória de produção de mudas de árvores, como forma de contribuir para o reflorestamento de áreas degradadas, públicas e privadas.