Em depoimento prestado hoje (14) à Justiça Federal em Recife, o ex-deputado Pedro Corrêa (PP) voltou a negar as acusações de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro no esquema de compra de votos de parlamentares da base aliada conhecido como mensalão.
Corrêa disse que, em nenhum momento, formou quadrilha para o cometimento de crimes e que nunca recebeu dinheiro do PT. Pedro Corrêa é o primeiro dos 40 réus na ação penal do mensalão a depor à Justiça.
Corrêa admitiu, no entanto, que o PT repassou R$ 700 mil para pagar os honorários do advogado Paulo Goyaz, que defendeu o deputado federal cassado Ronivon Santiago (PP-AC).
O repasse, segundo ele, foi autorizado pela Executiva Nacional do PP, e recebido pelo ex-deputado José Janene. De acordo com o depoimento, Pedro Corrêa disse que o PP não tinha condições de pagar os honorários do advogado, mas não soube informar por que o PT aceitou fazer o pagamento nem a origem dos recursos.
O ex-deputado disse que nunca conversou sobre o repasse de dinheiro do PT para o PP com José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino ou com Silvio Pereira. Para comprovar que a destinação da verba nada teve a ver com a compra de votos da bancada aliada no Congresso, ele lembrou que os deputados do PP votaram várias vezes contra projetos do governo.
Segundo Corrêa, nunca existiram repasses mensais de dinheiro para deputados do PP. Ele disse nunca ter ouvido falar na existência do mensalão e que nunca foi procurado por ninguém para tratar sobre esses assuntos.
Até 14 de fevereiro, os demais acusados no caso do mensalão serão ouvidos pela Justiça em seus respectivos estados. A medida visa a tornar mais rápido o julgamento da ação penal pelo STF.