Técnicos da União Européia (UE) que inspecionaram fazendas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo apontaram falhas no combate de doenças no rebanho nacional, principalmente a febre aftosa. Numa reunião tensa com representantes da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, eles pediram mais agilidade nas ações do governo e alertaram para a necessidade de que os programas para eliminar a doença sejam colocados em prática.
Atualmente, a União Européia não importa carne in natura de Mato Grosso do Sul e do Paraná, devido ao surgimento de focos de aftosa em 2005. Pela proximidade geográfica, também a produção de São Paulo foi barrada. A UE é o principal mercado para a carne brasileira, absorvendo 33% das exportações.
Fiscalização
Na reunião de ontem, os europeus demonstraram preocupação em relação ao sistema de fiscalização de trânsito de animais. Eles temem que animais de áreas não aprovadas pela Comissão Européia sejam abatidos em áreas aprovadas e que a carne seja enviada para o bloco. Sobre o controle de trânsito de gado nas fronteiras do País, os técnicos não apontaram inconformidades, disse uma fonte do governo.
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, disse que os europeus apontaram problemas pontuais, mas assegurou que as deficiências serão sanadas. ?Nada é tão é perfeito que não possa ser melhorado?, afirmou.
A expectativa do ministério é de que a missão elabore um relatório com as impressões da visita e encaminhe o documento ao Brasil num prazo de até 20 dias úteis. O País poderá responder e prestar esclarecimentos adicionais às informações técnicas. Esse documento será remetido para Bruxelas, que só então se manifestará de forma conclusiva sobre as exportações de carne bovina brasileira para o bloco. Como o documento será técnico, no caso de possível suspensão das compras de carne do Brasil, a decisão será política e caberá ao comissário europeu, Markos Kyprianou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.