Um grupo de técnicos da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) se reuniu ontem com parlamentares para discutir alguns pontos da pauta de negociação com o governo que são específicas da categoria. Entre elas a equiparação salarial com técnicos das secretarias estaduais para impedir a evasão dos servidores, permissão do governo para contratação de pessoal possibilitando assim a substituição para quem tira licença ou férias e qualificação profissional. Os servidores foram recebidos pelos deputados Dilceu DalBosco (DEM), Wagner Ramos (PR), e Alexandre Cesar (PT).
Os técnicos querem que a negociação salarial da categoria seja discutida separadamente com a dos professores, já que o impacto na folha é muito menor. Segundo os próprios técnicos, o índice de reajuste pleiteado por eles aumentaria a folha em cerca de R$ 3 milhões/ano, já incluídos aí o 13º salário e o Funprev. No caso dos docentes, conforme os servidores, o impacto seria de aproximadamente R$ 30 milhões.
A Assembléia Legislativa, mais precisamente a Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura e Desporto, vem intermediando as negociações entre governo e Unemat desde a realização de uma audiência pública solicitada pelo deputado Alexandre Cesar, ocorrida em 06 de julho, que discutiu a crise na instituição. Naquele momento foi montada uma comissão, formada pela comunidade universitária (professores, técnicos e alunos), parlamentares e representantes das secretarias e autarquias do Estado, para tentar encontrar uma saída para os problemas, que vão de falta de pessoal a acusações de má gestão.
Para Alexandre Cesar, o grupo tem avançado na negociação com o Executivo, que estava parada. Vice-líder do governo, Cesar afirma que o governador Blairo Maggi (PR) entende que a Unemat deve ser retirada do núcleo sistêmico, onde foi incluída ano passado com a reforma administrativa, e retome a sua autonomia, como prevê a Constituição Federal.
Os técnicos aproveitaram para sensibilizar os deputados sobre outras dificuldades enfrentadas no dia a dia dos campi, como a falta de pessoal. São 430 técnicos para atender quase mil professores e esse número diminui a cada dia, já que os servidores estão prestando outros concursos do Estado onde a remuneração é maior. Eles também reclamam que não recebem incentivos para qualificação profissional e também não participam dos projetos de pesquisa e extensão.