O deputado Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB) entregou há pouco nas mãos do deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), que presidia a sessão plenária, seu pedido de renúncia em caráter irrevogável. O suplente que deverá assumir a vaga é Walter Correia de Brito Neto (DEM-PB). O Supremo Tribunal Federal (STF) havia marcado o julgamento de processo contra ele para a próxima segunda-feira. Cunha Lima é acusado de tentar matar, a tiros, o ex-governador Tarcísio Buriti, seu inimigo político, em 5 de dezembro de 1993, em um restaurante. O processo está no STF desde 1995. Com a renúncia, o deputado deverá perder seu foro privilegiado e o processo deverá ser remetido para a Justiça comum. Ronaldo é pai do atual governador, Cassio Cunha Lima.
“Esse homem manobrou e usou de todas as chicanas processuais por 14 anos para fugir do julgamento. O ato dele é um escárnio para com a Justiça brasileira em geral e para com o Supremo em particular”, disse o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, ao portal G1. “Ele tem direito de renunciar, mas é evidente a segunda intenção. O que ele fez foi impedir que a Justiça funcionasse”, complementou.
Íntegra da renúncia
Leia abaixo a íntegra da renúncia:
“Sr. Presidente, nesta data e por este instrumento, em caráter irrevogável e irretratável, renuncio ao mandato de deputado federal, representando o povo da Paraíba, a fim de possibilitar que esse povo me julgue, sem prerrogativa de foro como um igual que sempre fui.
Requeiro a leitura em plenário desta renúncia, a respectiva publicação e a comunicação dela a S.Exa, a presidenta do Supremo Tribunal Federal, ministra Ellen Gracie”.