O senador renan Calheiros (PMDB-AL) acaba de se licenciar da presidência do Senado por 45 dias. O petista Tião Viana assume. Desgastado e enfrentando processos no conselho de ética por quebra de decoro, Calheiros decidiu se afastar temporariamente da presidência do Senado.
“As representações foram enviadas sem qualquer indício ou prova ao Senado Federal. “Não lancei mão das prerrogativas de presidente do Senado em meu benefício contra quem quer que seja”, afirmou o senador. “O poder é transitório, enquanto a honra é um bem permanente que não sacrifico em nome de nada”, defendeu-se.
“Reafirmo que enfrentarei os processos, como fiz até agora, à luz do dia, com dignidade e sem subterfúgios. Não lancei mão das prerrogativas de presidente do Senado em meu benefício ou contra quem quer que seja. A minha trincheira de luta sempre foi a inflexível certeza da inocência, a qual, estou convicto, prevalecerá com a verdade, como aconteceu na minha absolvição” , declarou.
De acordo com a Folha de Sãõ Paulo, a saída de Renan foi negociada na madrugada desta quinta pelos senadores José Sarney (PMDB-AP) e Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado. Os dois atuaram como emissários do Planalto e passaram a semana tentando convencer Renan a deixar o cargo. Renan aceitou a proposta de licenciamento para tentar preservar seu mandato pelo menos até a conclusão da votação da PEC (proposta de emenda à constituição) que prorroga a cobrança da CPMF CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011.
Em troca, Renan receberia a ajuda da base governista para ser absolvido nos três processos que tramitam contra ele no conselho.