O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou por volta das 17h30 desta quinta-feira ao Senado após passar o dia recluso em sua residência oficial, no Lago Sul de Brasília. Ele chegou a chamar uma equipe da TV Senado para fazer um pronunciamento ao vivo. O peemedebista requisitou o envio de um teleprompter ao seu gabinete.
Renan Calheiros analisa proposta para se licenciar do cargo e tentar preservar mandato
Com isso, cresceu a expectativa em torno do eventual pedido de licenciamento de Renan da presidência do Senado. Sem confirmar o licenciamento, Renan chegou e foi direto para o gabinete da presidência do Senado, onde está reunido com o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), um de seus principais aliados.
Ele passou o dia reunido com assessores e depois recebeu a visita de Salgado, do senador Edison Lobão (PMDB-MA) e do governador de Alagoas, Teotônio Vilella (PSDB).
A Folha Online apurou que Renan analisa proposta de se afastar do comando do Senado, pelo menos, até a conclusão da votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prorroga a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011. Em troca, Renan receberia a ajuda da base governista para ser absolvido nos três processos que tramitam contra ele no Conselho de Ética do Senado.
Segundo a Folha Online apurou, Renan adiou a viagem que faria com os familiares neste feriado prolongado para analisar a proposta feita por interlocutores do Planalto interessados em facilitar a aprovação da PEC da CPMF no Senado. Ele pode dar uma resposta ainda hoje.
Para os aliados de Renan, que ainda defendem sua permanência no comando do Senado, a proposta tem de ser analisada com cautela. Eles entendem que a única forma de Renan não ficar isolado é se mantendo na presidência da Casa.
Um outro grupo de aliados, entretanto, avalia que o melhor para Renan é se licenciar do cargo para preservar o mandato. Esse grupo analisa que a insistência do peemedebista em ficar no cargo pode se virar contra Renan –que pode ser vítima de uma votação mais dura no plenário do Senado se o Conselho de Ética recomendar sua cassação.
Sinais
Pela primeira vez, o senador teria sinalizado a interlocutores que poderia deixar a presidência do Senado até a conclusão da votação da CPMF –que, segundo cálculos do governo, deve ocorrer até 20 de dezembro.
Nesses cinco meses de crise, Renan sempre negou a possibilidade de se afastar do comando da Casa. Por diversas vezes ele disse ficaria na presidência e que provaria sua inocência.
A licença do cargo de presidente, prevista pelo regimento interno do Senado, é permitida pelo prazo máximo de 120 dias. Nessa situação, Renan seria substituído pelo vice-presidente da Casa, Tião Viana (PT-AC), enquanto durar seu afastamento. Com a licença, Renan se afastaria somente da presidência do Senado, mas manteria o seu mandato.