O deputado José Carlos do Pátio (PMDB) afirmou hoje, que a educação pública em Mato Grosso “vai de mal a pior”. Segundo o parlamentar, em 2016, apenas 90% da população em idades de 7 a 14 anos de idade estará em salas de aula, na zona urbana.
Nesse mesmo período, de acordo com o parlamentar, na zona rural o índice será mais preocupante. Ficarão fora da escola 35% das crianças. Hoje, nessas localidades, o percentual de estudantes freqüentando às aulas é de 68%.
“Estou preocupado com a educação em Mato Grosso. Para se ter idéia, em 2008, pelo menos 568 mil crianças estarão aptas para freqüentar as aulas, mas apenas 517 mil devem ser matriculadas”, alertou.
O parlamentar destacou ainda à falta dos repasses constitucionais à educação, como a do Imposto de Renda Retido na Fonte, a da Lei Kandir – isenção do ICMS à exportação dos produtos agrícolas, e do Fethab. “Recursos que poderiam ser muito bem aplicados à educação, para o melhoramento em infra-estrutura e na qualificação dos professores”, salientou Zé do Pátio.
De acordo com o deputado Percival Muniz (PPS), os recursos garantidos pela Constituição Federal -1988 – à educação pública brasileira estão sendo desviados para outras finalidades. “A CF está sendo ferida. Dos impostos como: o IR, a Lei Kandir e do Fethab são mais de R$ 200 milhões por ano que deixam de ser investidos no ensino público”, questionou.
O deputado Otaviano Pivetta (PDT) também enfatizou que “É alarmante a situação da educação pública em Mato Grosso. Existem muitas escolas ruins e com professores desqualificados. Espero que o secretário Ságuas Moraes tenha pressa em resolver o ensino, em todo o Estado”.
Com o discurso baseado em números, o deputado Zé do Pátio disse ainda que em Mato Grosso de cada 100 mil crianças que ingressam à escola, apenas 27 mil terminam o segundo grau. Já a repetição na primeira série – do ensino fundamental – o percentual é de 20%.
Outro dado relatado pelo parlamentar é da existência de 460 mil jovens na fila de espera para realizar o EJA – Educação de Jovens e Adultos. Já em relação às provas do Exame Nacional do Ensino Médio, Pátio disse que os estudantes de Mato Grosso estão abaixo da média nacional. “Estamos mais próximos do Nordeste do que dos estados do Sul”.
De cada 100 mil mato-grossenses, segundo Zé do Pátio, 12% são considerados analfabetos. Desse percentual 30% são taxados como analfabetos funcionais – ou seja – sabem ler o nome, mas não sabem interpretar o que estão lendo.