O volume de recursos envolvidos no suposto esquema de compra de votos, chamado de mensalão, é destacado por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Alguns, como os ministros Carlos Ayres Brito e Cezar Peluso, manifestaram isso em seus votos.
“Todos os ministros estão dizendo nos seus votos que havia muito dinheiro disponível com muita facilidade, com repasses praticamente informais, duplicidade de registros contábeis. Era preciso desconfiar seriamente da origem do dinheiro, da destinação e do modo informal como esse dinheiro chegava às mãos de sacadores e beneficiários”, afirmou Ayres Brito ao final da sessão de hoje (24). “Não era um partido de empresários e causa espécie a facilidade com que o dinheiro aparecia, era repassado e era distribuído”, reiterou, referindo-se ao Partido do Trabalhadores (PT).
O ministro fez questão de ressaltar, porém, que trata-se de um julgamento preliminar e que todas as denúncias que forem aceitas pelo Supremo serão apuradas cuidadosamente depois da abertura da ação penal. “Não é uma antecipação de julgamento de mérito, é preciso dar aos denunciados, no processo criminal a ser instaurado, todas as oportunidades do contraditório e da ampla defesa porque somente assim respeitaremos o devido processo legal”, salientou.