PUBLICIDADE

Relator do processo do mensalão no STF diz que julgamento não será político

PUBLICIDADE

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, relator do inquérito criminal que pede a abertura de processo contra 40 acusados de envolvimento com esquema de compra de votos conhecido como mensalão, rejeitou a alegação da defesa do deputado cassado José Dirceu de que o julgamento do STF seja político.

“Os indícios apontados pela denúncia não fazem alusão a qualquer posicionamento político e ideológico do acusado”, assegurou o relator. Após a retomada do julgamento, na tarde de hoje (23), Barbosa leu os questionamentos propostos pela defesa de alguns acusados. O ministro rejeitou todas as alegações levantadas pelos advogados.

O empresário Marcos Valério de Souza e a ex-gerente financeira da SMPB Simone Vasconcelos haviam alegado que o STF não seria o órgão competente para julgar os que não têm foro privilegiado. A defesa lembrou que os dois tiveram o sigilo bancário quebrado por um juiz federal de primeira instância em Belo Horizonte.

Ao rejeitar o argumento, Barbosa justificou que, na época em que ocorreu a quebra do sigilo, ainda não havia indícios de participação de autoridades nas transferências de recursos para a compra de votos de parlamentares. “A revelação de fatos novos provocou alterações e, por isso, o foro foi mudado”, ressaltou o ministro.

A defesa de Marcos Valério também havia questionado o uso de informações obtidas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado obtidas por meio da CPI dos Correios. Sobre o assunto, o ministro ressaltou que uma decisão anterior do STF havia autorizado o compartilhamento de informações entre as duas CPIs. “A ampliação do objeto da CPI dos Correios [inicialmente destinada a investigar fraudes na estatal] foi aprovada pelo Congresso e confirmada pela Justiça”, destacou.

O ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República Luiz Gushiken teve rejeitada a alegação de que não teve tempo para se defender porque a Procuradoria-Geral da República apresentou novos documentos. O relator afirmou que as novas evidências só serão acrescentadas caso o STF abra ação penal contra os acusados e lembrou que, nesse caso, Gushiken poderá apresentar a defesa.

O ponto mais polêmico, no entanto, foi o repasse de informações bancárias pelo Banco Central ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, sem autorização judicial. Ao rejeitar o argumento do advogado de Marcos Valério, Barbosa disse que a própria legislação determina que o Banco Central tem o dever de informar o Ministério Público de quaisquer indícios de irregularidades, inclusive a pedido do procurador.

Em relação a informações do Banco BMG usadas na denúncia, o ministro disse que uma decisão judicial havia afastado o sigilo bancário da instituição. Além disso, a CPI dos Correios havia autorizado a quebra de sigilo de todos os acusados de usar recursos do banco para repassar, por meio de empréstimos, dinheiro a partidos políticos.

O relator considerou válida a perícia dos documentos bancários recebidos de contas do publicitário Duda Mendonça no exterior. A defesa de Marcos Valério argumentou que a análise precisaria de autorização da Justiça brasileira, mas o relator entendeu que a permissão para a quebra de sigilo, nesse caso, cabe ao Judiciário americano, que havia autorizado o acesso às informações.

No momento, os ministros do STF estão votando os argumentos do relator.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Novo município no Nortão enfrenta dificuldades no 1º ano

Boa Esperança do Norte, o município mais jovem de...

Prefeito de Peixoto de Azevedo amplia horário de funcionamento de órgãos municipais

O prefeito Nilmar Paulistinha (União), de Peixoto de Azevedo,...

Mais de 5,3 mil indígenas são beneficiados pelo programa SER Família em Mato Grosso

Famílias indígenas de diversas etnias de Mato Grosso estão...

Governo Federal atualiza valor de imposto para microempreendedores individuais

O valor do imposto de arrecadação do Simples Nacional...
PUBLICIDADE