Chumbo trocado não dói. Após os democratas, agora é a vez dos republicamos apontarem com uma chapa pronta para a eleição de 2010. Luís Antônio Pagot, economista e um dos principais articuladores do Governo Maggi, indicado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva para ocupar a direção-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (Dnit), será o candidato da sigla ao Governo do Estado. Blairo Maggi, por sua vez, deixaria o Estado para Silval Barbosa (PMDB) e se candidataria ao Senado Federal. A futura composição foi o tema principal do final do Encontro Estadual dos republicanos, realizado durante todo o dia no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.
O nome de Pagot ao Governo foi mencionado pelo próprio governador Blairo Maggi, ao fazer um discurso eloqüente e bem articulado. Ele lançou o nome de Pagot usando, no entanto, de medidas diferentes. Ao mesmo tempo que mencionava a hipótese do amigo de primeira hora disputar a sucessão, Maggi falava que ainda é muito cedo para discutir o processo eleitoral de 2010. Disse que a preocupação, o foco neste momento, devem ser as eleições municipais do ano que vem – como se não houvesse vínculo. Sabedor disso, Maggi estimulou os republicanos a buscarem melhores condições político-eleitorais para fortalecer o projeto da sigla.
Com o nome de Pagot ao Governo praticamente nas ruas, Mato Grosso passa a ter, então, dois nomes a sucessão estadual. Há três semanas, antes de oficializar a criação dos Democratas em Mato Grosso, o senador Jaime Campos falava no projeto JJ-2010. O primeiro “J” era o seu próprio, e, o segundo, do senador Jonas Pinheiro, que seria candidato pela terceira vez ao Senado.
O governador deixou transparecer que não ofereceu muita resistência na sua pretensão de “pendurar as chuteiras”. Em verdade, Maggi estaria mesmo é engraxando o bico da botina para seguir na vida política. Em sua fala para se esquivar do lançamento do seu nome ao Senado Federal, por militantes republicanos, Maggi mandou recados de toda sorte possível. Primeiro disse que não se preocupa com o seu futuro político. Quase num populismo ao melhor estilo Wilson Santos, Maggi falou que seu compromisso “é com o povo”. E avisou os aliados que vai atuar politicamente, sim. Antes ele dizia que os projetos políticos teriam que estar desvinculados de seu nome porque queria retornar a condição de empresário.
“Temos que trabalhar e muito” – discursou o governador, ao se referir as eleições municipais. Usando com parâmetro a eleição em Cuiabá, principal colégio eleitoral de Mato Grosso, o governador elogiou o deputado Sérgio Ricardo, atual presidente da Asembléia Legislativa e nome lançado pelo PR para disputar a sucessão de Santos. “Ele tem todas as condições” – frisou, ao conclamar a militância: “Filiar apenas não basta”.
Maggi disse que o PR não será nas eleições do ano que vem um partido totalitário. A par da necessidade de se fortalecer mais para execução do projeto de 2010, o governador adiantou que os dirigentes da sigla deverão exercitar todo o tempo disponível para conversar com os aliados. No caso, dirigentes das siglas que compõe o arco de aliança do grupo político. Nela estão o DEM, ex-PFL; e o Partido Progressista, o PP. O PMDB também está no leque de alianças, assim como o Partido dos Trabalhadores, o PT. “Vamos discutir as alianças até o ultimo segundo” – ilustrou o governador, que é presidente de honra do PR no Brasil. Nesse sentido, negou que estivesse fazendo pressão para atrair lideranças, conforme noticiou alguns segmentos da imprensa. “Isso não existe” – jurou.
Aliás, aproveitou para mandar um recado muito claro aos aliados. Maggi disse que todos aqueles que estiverem pensando em disputar cargos eletivos, seja agora em 2008 ou em 2010, poderão contar com o seu apoio político. Contudo, o Governo será preservado de qualquer intenção eleitoral. “Prefiro dar um não e ficar vermelho agora do que falar sim e ficar roxo de raiva depois” – acentuou.