O ex-deputado federal Lino Rossi, acusado de envolvimento com a “máfia dos sanguessugas”, foi preso nesta segunda-feira, em Brasília. Ele estava fazendo chek-in no Aeroporto de Brasília. Fontes informaram também que o radialista, atualmente desempregado, teve mandado de prisão decretado pelo juiz federal Jefferson Scheneider, da 2ª Vara da Justiça Federal, por ter se recusado a assinar intimação para uma audiência marcada para o dia 30. “Ele temia sair preso da audiência” – disse uma fonte próxima. Rossi estava embarcando para São Paulo no vôo da TAM quando foi preso.
O Ministério Público Federal havia denunciado Lino Rossi no dia 21 de julho passado. O político foi denunciado por crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva, fraude licitatória e formação de quadrilha. O processo corre em segredo de Justiça. Mais de 70 pessoas envolvidas com o esquema denominado “máfia das sanguessugas”.
Na denúncia, os empresários Luiz Antônio e Darci Vedoin confirmaram que o esquema de fraudes em licitação para a compra de ambulâncias começou com o deputado de Mato Grosso, que teria apresentado os Vedoin para o restante dos deputados. Ele teria recebido comissão por emenda aprovada. As verbas saiam do Ministério da Saúde. No ano de 2000, segundo os empresários, a atuação de Rossi resultou na venda, pelo grupo Planam, de mais de 60 ambulâncias, por meio de emendas individuais ou por sua participação em emendas de bancada.
Além de Rossi, a Polícia Federal estaria ainda com mais dois mandados de prisão em aberto para serem cumpridos. Um deles envolvendo a ex-deputada federal Celcita Pinheiro, atual secretária de Bem-Estar Social da Prefeitura de Cuiabá. Ela também foi acusada de participação no esquema. Quando deputada, Celcita teria recebido propina referente a aquisição de ambulâncias por Prefeituras Municipais, dentro do esquema liderado pelos empresários Darci Vedeoin e seu filho Luís Antônio Vedoin.
“Outro mandado de prisão é para um membros da família Vedoin” – disse uma fonte da Polícia Federal. Ela preferiu, no entanto, não declinar nomes. O procedimento também teria sido expedido pelo magistrado Scheneider, que é quem vem cuidando do caso da chamada “Máfia das Ambulâncias”.
Entre 2001 e 2005 estima-se que a “máfia das ambulâncias” movimentou ilegalmente cerca de R$ 110 milhões. A Operação Sanguessuga da Polícia Federal foi realizada no Acre, Amapá, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
No último dia 7, o Ministério Público Federal denunciou sete pessoas de envolvimento com a máfia das sanguessugas. São mais cinco ex-deputados e dois ex-assessores parlamentares acusados de participação na máfia Foram denunciados o ex-deputado Paulo Feijó Torres (PSDB-RJ) por crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e fraude em licitação pública; Ricarte de Freitas (PTB-MT) e Armando Alves Júnior (PSDB-AP) por formação de quadrilha, corrupção passiva e fraude em licitação; Edilberto de Moraes (PR-AC), Gilberto Nascimento da Silva (PMDB-SP) e os ex-assessores Vander Cesário Rosa e Antonio Teixeira são acusados de formação de quadrilha e corrupção passiva.