Após muita discussão, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu, em reunião realizada hoje (6), não participar do Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, conhecido como Cansei. “O Conselho Federal não fez juízo de valor sobre o movimento, entende que toda a sociedade deve se manifestar como bem entende, faz parte da democracia a manifestação da sociedade, mas não é um movimento do Conselho Federal”, afirmou o presidente da OAB, Cezar Britto.
A decisão veio após a OAB-SP ter se manifestado publicamente a favor do movimento, que também tem o apoio de entidades como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert) e outros grupos. Segundo o site dos organizadores, a proposta do Cansei é sensibilizar os cidadãos a pararem durante um minuto no próximo dia 17, quando o acidente com o airbus da TAM completa um mês.
A OAB do Rio de Janeiro já criticou o movimento afirmando que há intenções políticas. A instituição divulgou uma nota em que o classifica como “golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes mais abastadas do estado de São Paulo”. Hoje, ao participar da reunião do Conselho Federal o presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, afirmou “ou vamos fazer uma homenagem as vítimas, ou vamos criticar o governo”.
O presidente da seccional de São Paulo, Luiz Flávio D’urso, não esteve na reunião. No site do movimento na internet há uma declaração de D’Urso em que ele diz que “não se trata de um ato político, mas de uma manifestação cívica de cidadania e de amor ao Brasil”.
O Cansei já foi alvo de outras críticas, como a de parlamentares paulistas, que acusam os organizadores de fazerem política em cima da tragédia que foi o acidente com o avião da TAM quando morreram 199 pessoas.
Antes de iniciar as discussões no Conselho Federal da OAB sobre a adesão ou não da entidade ao movimento houve tentativa de alguns integrantes de analisar o assunto a portas fechadas. A proposta foi derrubada por votação dos representantes de cada estado. Vinte e cinco advogados se inscreveram para se posicionar sobre o tema, mas antes que todos falassem foi possível fechar acordo em torno da não adesão à campanha.