Definitivamente, o presidente Luís Inácio Lula da Silva será poupado das vaias que o acompanham a cada aparição pública. Em Cuiabá, o esquema montado vai evitar que ele tenha contato com grupo de manifestantes que desde cedo, formado por aproximadamente 100 pessoas, se encontram no Centro de Eventos do Pantanal, onde o presidente, junto com o governador Blairo Maggi e o prefeito Wilson Santos assinam o pacote de obras do Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC). Lula vai usar uma entrada subterrânea para ter acesso ao Piso do Sol, onde acontecerá a solenidade.
Do aeroporto Marechal Rondon, Lula e comitiva vão percorrer de carro quase 20 quilômetros até o Centro de Eventos do Pantanal. Um helicóptero está de prontidão no aeroporto para, qualquer eventualidade, levar o presidente por via área. O presidente será recebido no aeroporto pelo governador Blairo Maggi. No Centro de Eventos, 2 mil pessoas foram escolhidas para participar do ato de assinatura da liberação dos recursos, na ordem de R$ 500 milhões, sendo R$ 550 milhões.
As vaias que perseguem o presidente têm incomodado. Começaram na abertura do Pan Rio-2007, no Maracanã e, de lá para cá, se transformaram numa espécie de “cartão de visita”. A expectativa é de que em Cuiabá não seria diferente. A economista e articulista do jornal “A Gazeta”, Márcia Vandoni, filiada ao PSDB, organizou um movimento contra o Governo Federal e pró-vaias a Lula. Desde o final de semana ela tenta alavancar a campanha “Eu também vou vaiar Lula”.
“O helicóptero está de prontidão. Mas será usado apenas em último caso, se algumas das ruas por onde o presidente for passar estiver com trânsito lento devido algum acidente” – disse o tenente-coronel Maia. O militar confirmou que o próprio Lula optou em seguir de carro para ver mais de perto a população cuiabana.
Com o esquema de acesso mudado, Lula não poderá ver funcionários do Incra em protesto. Com eles, uma faixa “Lula, o Incra não veio vaiar, veio negociar”. Segundo os servidores, eles reivindicam um acordo com o governo desde 2004. Pedem a contratação de novos funcionários por meio de concurso público e uma reforma agrária de fato. Eles afirmam que há mais de 500 assentamentos e cerca de 400 servidores para atender a todos. Os trabalhadores alegam ainda que estão com os salários cortados há dois meses devido à grave greve nacional.