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Sufocado, Sérgio Ricardo estuda entrar no DEM; França para o PR

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A transferência de domicílio eleitoral do economista Luís Antônio Pagot, ex-secretário de Educação do Governo Maggi e homem de total confiança do governador pegou todo mundo de surpresa. A mexida representou um duro golpe nas pretensões do deputado Sérgio Ricardo, presidente da Assembléia Legislativa, já lançado pré-candidato a prefeito. A ponto de que articuladores políticos já darem como certa a saída do parlamentar do Partido da República, o PR. Sufocado, o futuro de Ricardo, se quiser manter sua postulação, deve ser o Partido dos Democratas, o DEM.

Na semana passada, o DEM deliberou a necessidade de ter candidatos próprios em todas as prefeituras, ou seja, nos 148 municípios de Mato Grosso. Essa postura, de disputar e procurar vencer na maioria, é que irá alavancar o projeto “JJ-2010”, um plano político que prevê uma eventual candidatura do senador Jaime Campos ao Governo do Estado; com Jonas Pinheiro saindo novamente candidato ao Senado Federal. O projeto de 2010 se deve fundamentalmente a visualização de uma transição política.

Dessa forma, ao DEM interessa ter um nome viável e em condições de disputar a sucessão de Wilson Santos. Dos atuais quadros do partido, o único nome lançado é do empresário e pecuarista Anildo Lima Barros, que já foi prefeito de Cuiabá quando Júlio Campos ainda era governador de Mato Grosso. Do ponto de vista da densidade eleitoral, Sérgio Ricardo seria mais viável para os próprios planos do DEM. Político da ativa, Sérgio Ricardo disputou a eleição de 2004 a prefeito, é presidente do Legislativo Estadual e ainda por cima tem programa de televisão.

O que não fica bem claro, no entanto, é a postura de Pagot. Nome indicado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva para assumir a coordenação-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (Dnit), um dos órgãos mais importantes do Governo Federal, a eventual candidatura de Pagot a prefeito de Cuiabá teria outro foco. Nesse caso, o Dnit passaria a não mais interessar politicamente. E é nisso que Sérgio Ricardo se escora para assegurar que está tranqüilo, não se importanto com o ato do economista e “homem forte” do Governo Maggi. A princípio, todos jogavam com a pretensão de Pagot vir a ser candidato a sucessão do próprio Maggi, em 2010 – ano em que o governador garante que “pendura as chuteiras”.

“Minha preocupação é assumir o Dnit e realizar uma boa administração” – sustenta Pagot, que não esconde o desejo de ser submetido as urnas. Muitos acham, no entanto, que uma candidatura agora a prefeito seria um ensaio para 2010.

Essas duas posições deverá definir uma outra: o caminho do deputado Roberto França, ex-prefeito de Cuiabá e atualmente sem partido. “As eleições de Cuiabá passam por mim” – disse o ex-prefeito, ao analisar a conjuntura política. França poderá fazer diferencia e muito em 2008. A princípio, França deveria ir para o DEM, mas, com a possibilidade de Sérgio Ricardo também seguir para a sigla, ele refluiu. O ex-prefeito garante que não apoiará Ricardo em qualquer circunstância – os dois enfrentam rusgas da eleição passada. Roberto França tem grandes afinidades com Pagot e outra alternativa é ficar sem partido somente para apoiar o homem forte de Maggi.

Habilidoso, o presidente do DEM em Mato Grosso, Oscar Ribeiro, ao ser questionado a possibilidade de França ingressar no partido, foi polido: “Roberto é um político de gabarito, de muita envergadura. Ele que decide para qual partido que quer se filiar e o partido vai aceitá-lo de braços abertos. E caso venha para o DEM receberemos de tapete azul, cores do partido” – disse, desconversando, como sempre.

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