Com a renúncia de Joaquim Roriz (PMDB-DF) no Senado, começaram as especulações em torno da posse do suplente Gim Argello (PTB-DF). O prazo é de até três meses para a posse, mas segundo a assessoria do PTB do Distrito Federal, a informação é de que ele deve assumir a vaga na próxima semana. Citado em denúncias de corrupção, Argello corre o risco de enfrentar um processo de cassação. O P-Sol estuda a possibilidade de pedir abertura de processo contra ele. Argello responde a processos e inquéritos civis e criminais.
Gim Argello é presidente do PTB do Distrito Federal. Formado em Direito, nasceu em abril de 1962, em São Paulo. Argello já foi deputado na Câmara Legislativa do Distrito Federal, casa que chegou a presidir na época que Roriz era governador. Foi acusado em 2002 de receber 300 lotes como propina, e é suspeito de causar prejuízo de R$ 1,7 milhão à Câmara Legislativa com um contrato de informática. Com a posse, Gim Argello ganharia direito ao foro privilegiado e todos os processos contra ele seriam enviados ao STF.
Ontem (4), Joaquim Roriz renunciou ao mandato e evitou abertura de processo no Conselho de Ética. A denúncia contra ele surgiu a partir da Operação Aquarela, da Polícia Civil do Distrito Federal, que prendeu várias pessoas envolvidas em desvio de recursos do Banco de Brasília (BRB). Ao mesmo tempo, a imprensa divulgou conversas gravadas pela polícia civil, com autorização da Justiça. Numa delas, o senador combinava com o ex-presidente do banco o local onde seria feita a partilha de cerca de R$ 2,2 milhões.
Em nota oficial, o senador Roriz afirmou que o dinheiro foi um empréstimo feito ao empresário Nenê Constantino. Segundo ele, o valor do empréstimo seria de R$ 300 mil para a compra de uma bezerra. O valor restante, de acordo com o parlamentar, teria sido entregue ao empresário em espécie depois de descontado, no Banco de Brasília, o cheque de R$ 2,2 milhões. Roriz foi o segundo senador do DF a renunciar para escapar de processo. O primeiro foi o atual governador José Roberto Arruda.