A Mesa Diretora do Senado decidiu, por unanimidade, acatar a admissibilidade de representação do P-SOL contra o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) e encaminhou o processo ao Conselho de Ética da casa. As informações foram dadas pelo primeiro secretário Efraim Morais (DEM-PB) após a reunião. “A representação será encaminhada ainda hoje”, afirmou.
No início da reunião, Roriz apresentou documentos aos integrantes da Mesa Diretora. “Ele apresentou alguns documentos que serão anexados ao processo quando encaminhado ao Conselho de Ética”, disse Morais. O senador lembrou que, no entendimento da Mesa, Roriz tem até a notificação do Conselho de Ética para renunciar ao cargo e não correr o risco de perder os direitos políticos por oito anos, caso seja aprovada sua cassação no Senado.
No mês passado, o senador foi acusado de envolvimento com desvio de recursos do Banco de Brasília (BRB). Gravações feitas pela Polícia Civil, com autorização judicial e divulgadas em junho, mostravam diálogos entre Roriz e o ex-presidente do banco Tarcísio Franklin de Moura, onde combinavam o local de entrega de R$ 2,2 milhões. No mesmo dia da conversa, teria ocorrido uma operação de saque no BRB, no valor de R$ 2,2 milhões, em nome do empresário Nenê Constantino de Oliveira.
Segundo Roriz, a operação financeira foi um empréstimo feito junto ao empresário, presidente do Conselho Administrativo da empresa Gol Linhas Aéreas, no valor de R$ 300 mil. Desse total, R$ 271.320 teriam sido usados para o pagamento de uma bezerra adquirida da Associação de Ensino de Marília.
Em nota, o senador do Distrito Federal afirmou que Nenê Constantino teria condicionado o empréstimo ao resgate do cheque emitido pela Agrícola Xingu S/A, no valor de R$ 2.231.155,60, para viabilizar a operação. Desta forma, o empresário teria recebido em espécie R$ 1.931.155. Roriz disse que o restante do empréstimo – R$ 28.680 – foi repassado “ao amigo” Benjamim Roriz, que estaria “com problemas de saúde na família”.