O prefeito Nilson Leitão (PSDB) declarou agora há pouco, em entrevista coletiva, que não há provas de seu envolvimento no esquema de supostas irregularidades em licitações de obras públicas, envolvendo a empresa Gautama, que integra o consórcio Xingu, vencedor da licitação e que executaria as obras da rede de esgoto em Sinop. As denúncias apresentadas pela Polícia Federal, o depoimento e o andamento do projeto daqui pra frente foram destacados pelo prefeito.
Falta de provas
Leitão disse que “estão fazendo uma arbitrariedade, sem direito a defesa”. “Não há provas. Eu entrei na porta da frente do hotel para falar com um empreiteiro contratado, que já construiu prédios da Justiça Federal, da Polícia Federal”, enfatizou. Também lembrou que a licitação internacional teve a participação de 16 empresas, dessas apenas seis fizeram visitas técnicas e duas foram habilitadas, devido irregularidades na documentação. O consórcio Xingu venceu pela diferença de cerca de R$ 200 mil. “A ministra Eliane Calmon determinou que ‘é revogado o mandado de prisão por não mais existirem subsídios que o determinaram”.
Conversa com Zuleido
Leitão declarou que manteve contato com Zuleido Veras, dono da Gautama, em Brasília, no dia 21 de março, para tratar sobre um possível desmembramento da licitação, já que a prefeitura pleiteava uma emenda federal para obter o montante de R$ 8 milhões que a prefeitura deveria entrar em contrapartida na obra. “No dia 21 fui à Secretaria do Tesouro Nacional, depois segui para o Rio de Janeiro falar com técnicos do BNDES e entregar alguns documentos. Depois retornei para Brasília, visiteis alguns deputados federais, fui para o hotel pegar minha bagagem e passei no hotel falar para o Zuleido, que estava na academia, que não precisava mais fazer uma nova licitação porque os recursos seriam liberados pela Caixa”, defendeu-se.
Envolvimento ex-secretário Jair Pessini
Leitão reafirmou que não sabia dos contatos que o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Jair Pessini, tinha com Zuleido Veras, apenas que eram empresariais. No dia dia em que foi seguido pela Polícia Federal, em Brasília, Nilson confirmou que retornou no mesmo vôo que Pessini. “A ligação acabou quando ele foi exonerado. Qual é o crime em encontrar pessoas todos os dias? Ele é autonômo e tem vida própria”, salientou. Ele esclareceu que um dos motivos da nomeação de Pessini foi para elaboração do Plano Diretor, mas que “acabou a nossa ligação quando ele foi exonerado”.
BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que suspendeu a assinatura do contrato com a prefeitura, para a liberação dos recursos, devido o escândalo envolvendo a Gautama. Leitão confirmou que a assinatura seria assinada ontem, no gabinete do presidente do banco, já que seria uma das primeiras obras anunciadas pelo Governo Federal apos o lançamento do PAC – Programa de Aceleração e Crescimento – este ano. A continuidade do processo vai depender de uma série de decisões devido as denúncias envolvendo uma das empresas do consórcio Xingu, a Gautama, vencedoras da licitação. O prefeito Nilson Leitão disse, agora há pouco, em entrevista coletiva, que a prefeitura não tem legalidade para cancelar a licitação e contratar uma nova empresa. “Se tiver que cancelar quem vai determinar é a Justiça Federal. Só terá mais tempo perdido já que levará mais tempo para fazer uma nova licitação”, afirmou. Leitão não se pronunciou sobre as denúncias contra empresa e disse que “não prejulgo ninguém” e aguardará a decisão da Justiça. O contrato para execução das obras foi assinado em março com as duas empresas vencedoras da licitação. Leitão explicou que esse procedimento é de praxe, e só dependia do aporte financeiro, que foi feito com o BNDES.
Ele também lembrou que, antes da operação, uma denúncia foi feita ao BNDES de suposto superfaturamento da obra. “O BNDES verificou e técnicos entenderam que era uma denúncia fajuta e deram continuidade ao processo”, se defendeu.
Opositores
Leitão disse que todos tem direito de se pronunciar, mas não admitirá desrespeito a seu nome e família. “Não vou usar esta entrevista para devolver todos os ataques da opsição e que usaram os meios de imprensa para me atacar. Nem indiciado fui. Muita gente me condenou não levando em consideração a minha longa ficha de serviços prestados há mais de 14 anos de vida política, desde quanfo fui vereador. Tenho certeza que a grande parte da população me apoiou neste momento difícil. Devo muito a esta cidade e as pessoas que confiam e gostam de mim”, declarou.
Sobre o pronunciamentoo do ex-presidente da câmara, José Pedro Serafini, que disse que teria informado o prefeito sobre a procedência duvidosa do ex-secretário Jair Pessini. “O Pedrinho me dar conselho?! Todos sabem que em 2005 e 2006 ele era meu adversário e tava me atacando”, disparou Leitão.
Por diversas vezes Leitão ficou emocionado, ao falar sobre sua prisão, em sua residência. Estiveram no gabinete acompanhando a entrevista coletiva, o vice-prefeito Aparecido Granja, a presidente da câmara, Sinéia Abreu, vereadores Jorge Muller, Chicão do Varejão e Cleuza Navarini, secretários e advogados.
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