Depois de dizer que o vice-governador Silval Barbosa não pode ser “joguete” nas mãos do governador Blairo Maggi, o deputado estadual José Carlos do Pátio (PMDB) segue no ataque. Agora, ele sustenta que o seu partido não pode ficar “a reboque” do Governo. “Não podemos aceitar que o partido fique fora das principais decisões tomadas pelo Governo” – disse Pátio, exigindo que a sigla seja ouvida. E foi taxativo ao defender a revisão da aliança feita com a atual administração, sob pena de inviabilizar os projetos político-eleitorais para 2008 e 2010 em todo Estado.
O parlamentar garante que o PMDB esteja dividido. Tampouco assimila a idéia de que os ataques de agora tenham qualquer relação com a disputa acirrada que acontecerá em 2008 em Rondonópolis, quando ele próprio se coloca como pré-candidato a sucessão do prefeito Adilton Sachetti – partidário e amigo pessoal do governador Maggi. “Vamos reunir para tratar desse assunto. O PMDB é um partido grande e precisa ter independência” – destacou.
A discussão que Pátio pretende entabular internamente não significa absolutamente que o partido vá romper com o Governo. Até porque uma parte da sigla está comprometida com Maggi. “A posição de rompimento não vai surtir efeito dentro da sigla, porque tem muita gente que é aliada do governo” – ele admitiu. É o velho PMDB de sempre.
De acordo com Pátio, o projeto político do PMDB não está conciliado com o do Governo. “A posição do PMDB com o Governo está muito ruim. Não temos cargos na administração. Primeiro, a sigla foi indicada para a Casa Civil, depois à Seduc e agora à Sinfra. Nunca me preocupei com cargos, porque sempre respeitei o partido”, destacou o parlamentar. Na última indicação de que o PMDB ficaria com a Infra-Estrutura, o PMDB chegou a exigir “porteira fechada”, isto é, ocupação de todos os cargos no órgão.
Mesmo o PMDB fazendo parte da base do Governo, segundo Pátio, a sigla não está participando diretamente da administração. “Mesmo quando o vice-governador assumiu o governo não teve nenhum poder de decisão, apenas cumpriu o que já estava definido pelo governador”, explicou. O parlamentar disse ainda que um partido político forte como o PMDB precisa ter coluna vertebral, ou seja, postura e posição política independente. “Se não tiver não cresce e não avança. O vice-governador, Silval Barbosa, tem que ir para o diretório e organizar o PMDB às eleições de 2008 e de 2010. O que ele não pode é ficar como ´Rainha da Inglaterra´” – disse, com efeito.
A par da insatisfação, Pátio se mostra um pouco “por fora” das execuções. Ele, pessoalmente não confirmou se na próxima semana acontecerá uma reunião entre a Executiva Estadual e o governador Blairo Maggi para tratar do assunto. Pátio disse que ficou sabendo do encontro por meio da mídia eletrônica e pelos jornais. “Não estou sabendo de nada, ainda não fui comunicado” – falou.