O governador Blairo Maggi acaba de sair do fórum mundial ambiental na ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova Iorque, onde apresentou uma de suas principais propostas para conter os desmatamentos em Mato Grosso. Ele voltou a defender que produtores rurais deixem de desmatar 20% das áreas em sua propriedades, garantidas por lei, por uma compensação financeira. Blairo concedeu entrevista exclusiva ao Só Notícias, por telefone, e explicou que cada hectare não desmatado teria que valer entre R$ 150 a R$ 200/ano. “Seria uma espécie de arrrendamento para não desmatar. O produtor que for aderir ao programa seria beneficiado e organismos internacionais estariam bancando esta compensação. Os produtores dependem apenas de suas terras para terem rentabilidade e sustentabilidade. Eles (entidades internacionais) acham que dá pra deixar do jeito que está e ninguém precisa pagar nada. É ao contrário. Alguém tem que pagar a conta pelo fato dos produtores deixarem de abrir áreas para ampliarem seus negócios”, defendeu Blairo.
O governador reconheceu que, assim como nos encontros com ONGs em Washington, e hoje, na ONU, sua proposta vem sendo recebida, por alguns, “com espanto. Mas será contratada uma consultoria especializada que detalhará melhor esta proposta tanto para as ONGs quanto para o setor de mercado de carbono”, acrescentou Blairo, que é considerado o ‘rei da soja’.
Na palestra, o governador explicou que Mato Grosso é um dos maiores produtores de grãos do mundo e que muita coisa ainda tem que ser feita para aprimorar as ações de preservação ambiental no Estado. “Mato Grosso implantou sistemas modernos de fiscalização e controle contra desmatamentos ilegais. Firmamos, recentemente, parceria com ONGs para iniciar um novo modelo de desenvolvimento agrícola com preservação ambiental”, acrescentou. Ele espera apoio internacional para fortalecer estas ações no Estado bem como implantar outras medidas visando a proteção ambiental.
Nesta segunda-feira, Blairo Maggi, sete governadores brasileiros e o ex-presidente Bill Clinton, além de dirigentes de ONGs participaram do painél “amazônia: conservação e exploração racional”. Os Estados Unidos cobraram do Brasil assinatura do tratado de conservação de florestas tropicais em troca do perdão de dívidas com os Estados Unidos e geração de fundos para preservação ambiental.
No encontro, o ex-presidente Bill Clinton fez referências a Mato Grosso, quanto as suas pontecialidades para ampliar as safras de cana-de açúcar objetivando fortalecer a produção de etanol, que é grande alternativa como combustível que não contribuiria no aquecimento global.
“O ex-presidente americano traçou um cenário positivo para Mato Grosso com a produção de cana”, revelou o vice-presidente da Assembléia Legislativa, Dilceu Dal Bosco (DEM), que também participou da conferência. “Além das questões ambientais
Clinto também defendeu que o Brasil tenha vaga no conselho de segurança da ONU”, emendou Dilceu.
(Atualizada as 15:19hs)
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