O promotor Adriano Alves confirmou que vai pedir a cassação da prefeita de Peixoto de Azevedo, Baiana Heller (PR) sob acusação de envolvimento em desvio de patrimônio público. “Diante da forte documentação arrecadada pela busca e apreensão e vários depoimentos, inclusive alguns réus confessando sua participação, chegamos a conclusão que houve envolvimento da prefeita”, disse o promotor, em entrevista a TV Centro América. Segundo ele, as provas serão encaminhadas para o Tribunal de Justiça, que é o fórum competente, pedindo que o procurador de Justiça proponha a denúncia criminal. “As ações civis públicas para perda de mandato são da comarca. Diante das fartas provas, a lei nos determina que acione a prefeita diante da Justiça”, completou.
A prefeita é casada com o ex-secretário de Administração, Edmar Heller, que chegou a ser preso acusado de envolvimento no esquema. Ela alegou que está a disposição do Ministério Público e que aguarda a conclusão das investigações. “Tomei as decisões de desonerações e estamos a disposição para qualquer eventualidade e esclarecimentos”, explicou. “As pessoas que eu coloquei aqui são de minha confiança e abri todo o espaço para o MP, até porque, por ser pessoas de extrema confiança, é uma traição contra minha pessoa”, se defendeu.
Além de Edmar Heller, Paulo Missassi e Antenor Santos, secretários de Finanças e Governo respectivamente, foram presos, e acabaram exonerados pela prefeitra.
Heller e Missassi ficaram 5 dias presos. Antenor, 2. Ao todo, durante a operação do GAECO ( Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado) foram decretadas 11 prisões – a grande maioria dos acusados prestou depoimento e foi liberada. Conforme Só Notícias já informou, o Ministério Público obteve a confissão de alguns envolvidos. Aldo Leite, por exemplo, chegou a confessar que havia um esquema de mensalão, com repasses de R$ 12 a R$ 16 mil para dois secretários. O sigilo bancário das contas que ele movimentava, bem como da prefeitura, foram quebrados e o MP teve acesso a movimentações e depósitos feitos em conta de um secretário.
Notas fiscais, cópias de contratos, 41 carimbos de empresas que seriam usados para esquentar documentos e que estavam na prefeitura foram apreendidos. A suspeita é o esquema de fraudes em licitações e notas fiscais frias na prefeitura seja de aproximadamente R$ 2 milhões, e venha ocorrendo desde 2005. O promotor Adriano Alves acredita que, em 20 dias, concluirá as investigações.