O PMDB, que detém as maiores bancadas de parlamentares da Câmara e do Senado, será o grande beneficiado pela reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar na próxima semana. Além de manter o controle dos Ministérios da Saúde, Comunicações e Minas e Energia, o PMDB quer indicar os ministros de mais duas pastas.
Inicialmente, o Planalto trabalhava com a possibilidade de entregar quatro ministérios para o PMDB. Dois para a bancada do Senado e outros dois para o PMDB-Câmara. O PMDB-Senado deve manter seus atuais ministros no segundo mandato de Lula: Silas Rondeau (Minas e Energia) e Hélio Costa (Comunicações).
O PMDB-Câmara perdeu o direito de indicar um nome para a Saúde, que deve ser comandada pelo médico José Gomes Temporão, indicado pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Como o PMDB-Câmara não reconhece Temporão como indicação sua, o Planalto pode ser obrigado a ceder o controle de outras duas pastas para a legenda.
A Folha Online que o quarto ministério a ser controlado pelo PMDB deve ser o da Integração Nacional. Para essa pasta, a bancada do PMDB da Câmara deve indicar o deputado Geddel Vieira Lima (BA). O PMDB-Câmara quer ainda um quinto ministério: a Agricultura ou Turismo.
Se o PMDB assumir o controle do Ministério do Turismo, o ministro Walfrido dos Mares Guia deve ser deslocado para as Relações Institucionais –já que o atual ministro Tarso Genro assumirá a Justiça.
Impasse
A principal dificuldade da reforma ministerial é o atendimento das demandas do PT. O partido quer manter as 16 pastas que ocupa e ampliar sua participação no governo. Os petistas brigam pela indicação da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy para o Ministério das Cidades e, ainda, pelo nome do deputado Walter Pinheiro (BA) para o Desenvolvimento Agrário –além de secretarias com status de ministério, como a de Direitos Humanos.
O presidente teria decidido manter o ministro Fernando Haddad na pasta da Educação, o que dificulta a acomodação de Marta no governo. Isso porque o PP não abre mão do comando do Ministério das Cidades.
O PDT deve ficar com o Ministério da Previdência, para o qual deve indicar o deputado Paulo Pereira da Silva (SP). O PTB pleiteia o Ministério da Agricultura, mas a situação do partido permanece indefinida uma vez que a pasta deve ficar com os peemedebistas. O PC do B deve ser mantido no Ministério dos Esportes e o PSB, na Ciência e Tecnologia. O partido deve perder a pasta da Integração Nacional e ser compensado com outros cargos nos demais escalões do governo.
O PR, que já detém o comando do Ministério dos Transportes, deve permanecer na pasta com a indicação do ex-ministro Alfredo Nascimento para retomar o cargo.