O empresário e suplente de senador Gilberto Flávio Goellner negou que sua decisão de deixar a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural tenha sido motivada por descontentamento político ou pela falta de estrutura da pasta. O empresário disse que a possibilidade de deixar o cargo já havia sido prevista e que sua decisão não afeta em nada os planos e a relação do Governo com seu partido, o PFL, que já tem um nome para ofertar.ao Governo. Goellner admitiu problemas nos segmentos governamentais ligados ao desenvolvimento rural.
“Eu havia pedido um prazo de 20 dias antes de iniciar efetivamente minhas atividades na Seder. Mas, neste período, surgiram outros compromissos empresariais que vão exigir uma atenção maior de minha parte. Expliquei a situação para o governador Blairo Maggi” – explicou. Goellner disse que Maggi relutou em aceitar a decisão. O ex-secretário, o entanto, assegurou que o PFL saberá encontrar um outro nome com o perfil que a pasta exige.
O empresário disse que pretende dedicar-se agora a um projeto de implantação de uma usina de álcool, em parceria com investidores estrangeiros. Quanto ao seu substituto, o nome mais cotado dentro do PFL é o do vereador Éderson Dalmolin, da cidade de Sorriso. “Ele (Dalmolin) também tem grande experiência na área e vem da região Norte, que reúne hoje a maior parte dos assentamentos rurais de Mato Grosso. Sua nomeação garantiria ganhos importantes no projeto de priorizar a Agricultura Familiar e significaria uma abertura maior do Governo no que tange a participação de lideranças de outras regiões”, avalia.
Mesmo ressaltando o caráter pessoal da decisão, Gilberto Goellner admitiu que ficou surpreso com os dados que levantou durante este período sobre a estrutura e atribuições da Seder. Segundo ele, a pasta precisa de investimentos urgentes – tanto em estrutura, como em recursos humanos. “A Empaer-MT, por exemplo, dispõe de 450 técnicos e precisaria de pelo menos o dobro disso para atender com eficiência os 142 municípios que tem projetos de apoio à Agricultura Familiar. Precisamos também promover a interiorização dos técnicos, melhorar a logística e a estrutura disponível. Enfim, é preciso priorizar a SEDER”, disse.
O empresário também sugere a renovação do quadro funcional (a maioria estaria prestes a se aposentar) e mudanças visando agilizar o processo de titulação de terras pelo Intermat Segundo Goellner, o levantamento (com os principais problemas e sugestões) foi entregue ao governador Blairo Maggi, que estaria disposto a fazer o enfrentamento dos problemas.
“Existem muitos problemas, mas todos podem ser solucionados. Sei que poderia realizar um bom trabalho se tivesse condições de me dedicar em tempo integral à SEDER. Como isso não é possível, preferi sair. Assim não prejudicarei minhas atividades privadas e nem o Governo”, disse Goellner.
O empresário disse ainda que a experiência, apesar de rápida, fortaleceu os vínculos políticos e pessoais com o governador Blairo Maggi.